O Ministério do Turismo levou à Cop30 um debate que extrapolou os atrativos do Brasil e reforçou o papel social do setor. No painel “Turismo, proteção social e segurança alimentar – caminhos para o desenvolvimento sustentável”, realizado no estande “Conheça Brasil”, especialistas defenderam que o turismo pode atuar como agente de reconstrução de territórios, geração de renda e redução das desigualdades.
A discussão foi moderada por Juliana Oliveira, chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do MTur, que destacou a transversalidade das políticas públicas e a força da cultura alimentar como elemento de identidade e pertencimento. “O turismo tem tudo a ver com proteção social e segurança alimentar. É uma ferramenta de inclusão social, valorização cultural e desenvolvimento local”, afirmou.
Jéssica Leite, representando o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), é assistente social e assessora de Participação Social e Diversidade, ressaltou o papel do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) na autonomia das famílias e na recuperação de territórios vulneráveis.
“O turismo só consegue se reerguer depois do trabalho do SUAS. A gente só consegue reerguer o turismo a partir do momento em que há acolhimento”, frisou. Na mesma linha, Johari Silva, da ONG Ação da Cidadania, chamou atenção para a necessidade de incluir soberania alimentar e fortalecimento de comunidades na agenda climática. “A crise climática exige ação coletiva. Catástrofes afetam diretamente o turismo e a população vulnerável”, lembrou.
O debate avançou sobre caminhos de reconstrução econômica e social em regiões impactadas por desastres climáticos. Artur Sinimbu, assessor de gabinete da Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, defendeu práticas que aproximem turismo e segurança alimentar. “O povo deve ser visto como solução, não como problema. Turismo regenerativo é o caminho”, destacou. Já Thiago Borges, consultor do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no MDS, enfatizou a importância dos produtos locais e da agricultura familiar na economia da Amazônia, citando iniciativas como Selo Arte, Selo de Inspeção Municipal e o programa Floresta Produtiva.
A programação do Ministério do Turismo na Cop30 segue ao longo das duas semanas da conferência, com debates sobre turismo regenerativo, financiamento climático, justiça ambiental e protagonismo de comunidades tradicionais no Auditório Carimbó.




