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Rafael Destro
Rafael Destro
Redator - E-mail: Rafael@brasilturis.com.br

Vozes da Amazônia destacam turismo responsável e adaptação climática na COP30

Ministério do Turismo reúne lideranças indígenas, especialistas e gestores para debater patrimônio cultural e estratégias de resiliência na região

O espaço “Conheça o Brasil”, do Ministério do Turismo, sediou nesta sexta-feira (14) um dos debates mais representativos da Cop30, em Belém (PA). No painel “Patrimônio Cultural e Turismo: Convergências para um Turismo Resiliente às Mudanças Climáticas”, lideranças indígenas, especialistas e gestores públicos analisaram como o patrimônio cultural amazônico orienta políticas de adaptação, com foco no Plano Clima, e fortalece modelos de turismo responsável em todo o país. A mediação ficou a cargo de Bruno Máximo, arqueólogo do Ministério do Turismo.

Bruno Máximo destacou que o patrimônio material, imaterial e territorial forma a base identitária de povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos, reforçando a necessidade de que essas comunidades conduzam a construção de políticas públicas que impactam seus territórios.

Sandra Gomes, liderança indígena do povo Baré, no Alto Rio Negro, apresentou o modelo de turismo de base comunitária da região, estruturado na pesca esportiva sustentável do tucunaré. Ela celebrou avanços como a substituição de motores a diesel por sistemas de energia solar nos acampamentos, o que reduz impactos ambientais e fortalece a economia local. Segundo ela, o turismo organizado contribui ainda para o resgate cultural e para a proteção da agrobiodiversidade.

Na sequência, Vanda Witoto, diretora do Instituto Witotom, compartilhou experiências desenvolvidas no Parque das Tribos, primeiro território indígena reconhecido dentro de Manaus (AM). Ela ressaltou como o espaço se consolidou como referência de economia criativa, moda ancestral, gastronomia, arte e turismo educativo, mesmo em meio ao contexto urbano. Vanda reforçou que o turismo em comunidades indígenas deve ser ético, construído em conjunto com a própria comunidade e respeitar ritmos, rituais e modos de vida.

A superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) no Pará, Cristina Vasconcelos, afirmou que discutir cultura, turismo e clima na Amazônia é essencial para aproximar o mundo das realidades amazônidas. Ela explicou que o IPHAN atua na salvaguarda de bens materiais, imateriais e arqueológicos sempre em diálogo com comunidades tradicionais.

O debate contou ainda com Marcus Ataíde, diretor de Desenvolvimento Urbano da Prefeitura de Belém (PA). Ele defendeu que o planejamento urbano das cidades amazônicas precisa considerar simultaneamente o patrimônio cultural e os impactos das mudanças climáticas. Como exemplo, citou áreas turísticas como o Ver-o-Peso, que demandam projetos de adaptação, preservação arquitetônica e ordenamento turístico alinhados às necessidades das comunidades locais.

Ana Cláudia Costa, assessora especial para Transição Econômica Verde do Governo do Pará, destacou o potencial do turismo cultural e comunitário para enfrentar desafios históricos da região, como a informalidade e a escassez de oportunidades para jovens. Para ela, o turismo qualificado gera renda, preserva identidades e contribui para a construção de um projeto amazônico de futuro.

A programação do estande do Ministério do Turismo segue ao longo das duas semanas da Cop30. No Auditório Carimbó, especialistas nacionais e internacionais participam de debates sobre turismo regenerativo, financiamento climático, justiça ambiental e a valorização de comunidades tradicionais, ampliando reflexões essenciais para o desenvolvimento sustentável do setor.

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