Pelo menos seis companhias aéreas internacionais suspenderam suas operações de e para a Venezuela após um alerta emitido pela Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) sobre riscos no espaço aéreo controlado pelo Aeroporto Internacional de Maiquetía, que atende Caracas. O comunicado, divulgado na sexta-feira (21), menciona um “agravamento da situação de segurança” e aumento da atividade militar na região.
Avianca, Gol e Tap cancelaram seus voos no sábado (22), segundo a Reuters. A Iberia também confirmou a suspensão, afetando inicialmente o voo desta segunda-feira (24), e informou que seguirá avaliando o cenário para definir a retomada. A companhia espanhola opera cinco frequências semanais entre Caracas e Madrid.
A Latam Airlines cancelou as operações previstas para 23 e 24 de novembro na rota Bogotá-Caracas-Bogotá, publicando alternativas para os passageiros impactados. As recomendações da FAA alertam que as ameaças podem representar risco para aeronaves em todas as altitudes, tanto em sobrevoos quanto em pousos e decolagens.
O alerta surge após meses de reforço militar dos EUA no Caribe e em áreas próximas à Venezuela, ação oficialmente voltada ao combate ao narcotráfico. A presença de destróieres, submarinos, aeronaves militares e o porta-aviões Gerald Ford aumentou a tensão com o governo de Nicolás Maduro, que acusa os EUA de tentativa de agressão ao país. Washington afirma que as operações miram grupos narcoterroristas, enquanto Caracas e organizações locais denunciam execuções extrajudiciais.
O governo venezuelano informou ter reforçado as defesas aéreas na região de Maiquetía, área considerada estratégica por sua proximidade com Caracas e pelo posicionamento entre o mar do Caribe e a cadeia montanhosa que circunda a capital.



