A Itália anunciou um novo investimento de 200 milhões de euros no projeto “Turismo de Raízes”, criado para incentivar italianos e descendentes que vivem no exterior a visitarem e redescobrirem as regiões de seus antepassados. A iniciativa, inicialmente lançada como parte do Plano Nacional de Recuperação e Resiliência (PNRR), agora recebe aporte do Fundo de Desenvolvimento e Coesão, ampliando sua capilaridade e reforçando ações especialmente no centro e sul do país.
Conduzido pelo Ministério das Relações Exteriores e da Cooperação Internacional (MAECI), o programa visa “responder à demanda” dos cerca de 80 milhões de italianos e descendentes que vivem no exterior e desejam se reconectar com suas origens, segundo Antonio Tajani, vice-premiê e líder da Farnesina.
Ele afirma que a estratégia também busca impulsionar localidades menores, muitas delas situadas em áreas desfavorecidas, em parceria com governos regionais e municipais. “É uma forma de atrair mais visitantes para as áreas do interior e destinos turísticos do sul da Itália, regiões muitas vezes negligenciadas”, destacou Tajani durante a apresentação da nova fase do projeto, realizada na Villa Madama, em Roma.
O país também projeta um inverno histórico para o turismo. A previsão é receber cerca de 14,4 milhões de visitantes internacionais durante a temporada 2025/26, crescimento de 21,1% em relação ao período anterior. Somando os turistas italianos, o total deve alcançar 29,7 milhões de viajantes, aumento de 8,2%. Os pernoites estimados chegam a 93 milhões, um avanço de 14,3%.
As iniciativas do Turismo de Raízes serão apresentadas “em todas as embaixadas”, segundo o chanceler italiano, com destaque para projetos-piloto distribuídos por diferentes regiões. Entre eles estão ações no Parque Regional dos Montes Ausoni e no Lago Fondi, no sul do Lazio; a renovação da estação ferroviária de Avellino e a restauração da linha férrea Avellino-Rocchetta Sant’Antonio; além da construção de um novo estádio e melhorias em instalações esportivas em Brindisi.
Os investimentos têm como foco estimular o desenvolvimento local, gerar empregos e beneficiar municípios estratégicos, como Fiumicino — uma das principais portas de entrada turística da Itália — e áreas com grande presença de imigrantes, incluindo as províncias de Latina e Frosinone. Tajani reforçou que o programa será conduzido com “gestão cuidadosa dos recursos públicos”, assegurando “máxima transparência” e evitando “qualquer tipo de nepotismo” na distribuição das verbas. Ele também destacou que a maioria dos municípios contemplados é administrada por partidos diferentes do seu, rebatendo críticas de motivação eleitoral no direcionamento dos recursos.
