A movimentação internacional voltou a ganhar força em 2025. Entre janeiro e setembro, mais de 1,1 bilhão de turistas viajaram para fora de seus países, segundo a edição mais recente do World Tourism Barometer, da UN Tourism. O volume representa 5% de crescimento em relação ao mesmo período de 2024 e 3% acima de 2019, marco que posiciona o setor novamente em trajetória global de expansão.
O desempenho ocorre apesar dos desafios macroeconômicos e geopolíticos, como a inflação elevada nos serviços turísticos e a oscilação da confiança do viajante. Para Zurab Pololikashvili, secretário-geral da UN Tourism, os resultados comprovam a resiliência da demanda. Segundo ele, África e Europa se destacaram no período, enquanto o mundo avança para um novo ciclo de crescimento sustentado. Dados do terceiro trimestre, por exemplo, apontam alta de 4% frente a 2024, reforçando a força da temporada de verão no Hemisfério Norte.
A Europa, maior região turística do planeta, recebeu 625 milhões de visitantes de janeiro a setembro, alta de 4% na comparação anual. Europa Ocidental e Mediterrâneo do Sul puxaram o movimento, enquanto a Europa Central e de Leste continua acelerando, com crescimento de 8%. Já a América registrou avanço mais moderado, de 2%, com destaque para a América do Sul, que cresceu 9%.
A África apresentou uma das expansões mais robustas do mundo, com 10% de crescimento nas chegadas, enquanto o Médio Oriente manteve desempenho histórico, registrando 33% acima dos números de 2019. Já a Ásia e Pacífico, ainda em fase de recuperação, avançou 8% e atingiu 90% dos níveis pré-pandemia, com destaque para o Nordeste Asiático, que subiu 17%.
Alguns países registraram crescimentos expressivos, entre eles o Brasil, com salto de 45% nas chegadas internacionais, além de Vietnã, Egito, Etiópia e Japão. No recorte de receitas, Japão, Egito, Mongólia, Marrocos, Brasil e França registraram as maiores altas, refletindo maior gasto médio por visitante.
Os indicadores apontam que a combinação entre recuperação aérea, fortalecimento de mercados emissores e investimentos em hospitalidade sustentam a evolução do setor. De acordo com a IATA, o tráfego aéreo internacional cresceu 7% até setembro e a ocupação global da hotelaria manteve-se em 68%.