O governo da Venezuela retirou, nesta quarta-feira (27), as permissões de operação de seis companhias aéreas internacionais que haviam suspendido seus voos para Caracas. A medida foi aplicada após o término do ultimato de 48 horas dado pelo governo de Nicolás Maduro para que as empresas retomassem as operações.
As companhias afetadas são Iberia, TAP, Turkish Airlines, Avianca, Latam Colombia e Gol. Todas interromperam suas rotas depois que a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) emitiu, na última sexta-feira, um alerta recomendando “extrema cautela” a voos sobre a Venezuela e o sul do Caribe.
Segundo Diosdado Cabello, ministro do Interior, a decisão foi direta. “O governo nacional, em uma decisão soberana, disse às empresas: se vocês não retomarem os voos em 48 horas, não retomem mais. Vocês ficam com seus aviões e nós ficamos com nossa dignidade”, afirma. Ele acrescenta que o país “decide quem voa em seu território e mantém o direito de admissão”.
Seguem operando normalmente no país Copa, Wingo, Boliviana de Aviación, Satena e as venezuelanas Avior e Conviasa.
Escalada militar no Caribe
A decisão ocorre em meio a aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe. Como parte da Operação Southern Spear, anunciada em novembro para combater o tráfico de drogas, a Força Aérea dos EUA informou que bombardeiros B-52H realizaram demonstrações na região nesta semana.
Dois aeroportos da República Dominicana, a Base Aérea de San Isidro e o Aeroporto Internacional Las Américas, em Santo Domingo, serão usados temporariamente para apoiar as operações.
Delcy Rodríguez, vice-presidente executiva da Venezuela, pediu tranquilidade. “O caminho não é enviar navios ou fazer ameaças militares”, declarou.
Tarek William Saab, procurador-geral, afirmou que conversas diretas entre Nicolás Maduro e Donald Trump, que disse manter diálogo com o líder venezuelano para “salvar muitas vidas”, são bem-vindas.

