Ipojuca (PE) – Diego Moretti, diretor do Aeroporto Internacional do Recife, apresentou, durante o segundo dia do Summit Visit Travel Show, um panorama de crescimento da operação e dos investimentos da Aena no Brasil, com destaque para o aumento da conectividade internacional e para os novos projetos de desenvolvimento imobiliário e intermodal no terminal.
Moretti lembrou que a Aena é hoje a maior operadora aeroportuária do mundo, com 48 aeroportos na Espanha e 32 em outros países, chegando a 17 terminais no Brasil, incluindo o bloco Nordeste e Congonhas. Em 2024, a rede global processou 438 milhões de passageiros, contra menos de 120 milhões em todo o mercado brasileiro.
“A Espanha é 15 vezes menor que o Brasil e nós só processamos 25% dos passageiros em relação à Espanha. Olha a oportunidade que nós temos de fazer turismo no Brasil”, provocou moretti.
No caso do Aeroporto Internacional do Recife, a concessionária assumiu o terminal com capacidade para 9 milhões de passageiros ao ano, em 2019, e concluiu a fase 1B do contrato em 2023, elevando a capacidade para 14 milhões. Em 2024, o movimento foi de 9,6 milhões de passageiros e, até novembro de 2025, o aeroporto já havia ultrapassado 9 milhões, com expectativa de encerrar o ano próximo da marca de 10 milhões.
O fluxo internacional somou 431 mil passageiros, alta de 33% frente ao ano anterior, impulsionada sobretudo pela Argentina. “O número de argentinos já passa de 230% acima do número do ano anterior. Esse mercado tem sido muito relevante para nós”, destacou.
O aeroporto hoje opera mais de 40 destinos domésticos e mais de 10 internacionais, com rotas que ligam Recife a Lisboa, Porto, Madrid, Santiago, Assunção, Montevidéu, Córdoba e Buenos Aires, entre outros. A operação mantém fator de ocupação acima de 84% e índice de pontualidade em torno de 86%. Moretti também ressaltou a evolução em serviços ao passageiro, como sala multisensorial, área kids, espaço pet e ambientação inspirada na cultura pernambucana. “Ele não é um aeroporto espanhol, ele é um aeroporto brasileiro gerido por uma empresa espanhola”, reforçou.
Além da infraestrutura aérea, a Aena avança em um amplo projeto de desenvolvimento imobiliário na área do aeroporto, com cerca de 543 mil m² disponíveis na primeira fase, voltados a complexo logístico, terminal de cargas, hotéis, escritórios e mall. A previsão de investimento é superior a R$ 580 milhões, com geração estimada de mais de 15 mil empregos diretos e indiretos.
Outro destaque é o novo terminal intermodal, no antigo prédio de passageiros, que integrará modal aéreo e terrestre, com área aberta ao público, espaço de convivência, vagas para aplicativos, ônibus e vans de turismo, além da preservação dos painéis de Lula Cardoso Ayres. “A ideia é dar um abraço no turista na chegada ao nosso estado”, explicou.
O diretor anunciou ainda que Recife sediará, de 21 a 23 de janeiro, a primeira Conferência de Slots da Anac, reunindo companhias aéreas e operadores aeroportuários para discutir a malha aérea brasileira. “Para nós foi uma vitória. Eles escolheram Recife e isso vai ser muito importante para o crescimento do nosso aeroporto e do turismo em Pernambuco”, concluiu.







