O Brasil lidera o crescimento do turismo internacional em 2025, segundo o Barômetro Mundial do Turismo da ONU, divulgado em novembro. O país registrou alta de 45% na chegada de estrangeiros, o maior avanço global, e ultrapassou a marca de 8 milhões de visitantes até 24 de novembro, superando o recorde de 2024, de 6,8 milhões. A previsão oficial é encerrar o ano com mais de 9 milhões de turistas internacionais. Entre janeiro e outubro, as receitas deixadas por estrangeiros somaram US$ 6,617 bilhões, mais de R$ 35 bilhões, o maior volume da série histórica iniciada em 1995.
Marcelo Freixo, presidente da Embratur, afirma que “o mundo volta a olhar para o Brasil e agora enxerga a nossa autenticidade, a nossa diversidade e a experiência que só o nosso povo oferece”, declara. Ele destaca ainda que o país atualizou sua estratégia de promoção após duas décadas sem um plano estruturado. Em março, a Embratur lançou o Plano Brasis, baseado em inteligência de dados para orientar investimentos e priorizar mercados emissores.
Segundo Freixo, “sabemos exatamente quem vem, de onde vem, quando vem, quanto gasta e para onde se distribui no Brasil. Não se faz mais promoção no escuro”, afirma.
A iniciativa privada também atribui o crescimento à ampliação da presença do Brasil nos catálogos internacionais. Para Toni Sando, presidente do Visite São Paulo, “o Brasil ficou um tempo fora das prateleiras do mercado internacional. O que faltava não era atributo, era promoção. Quando você coloca o Brasil na prateleira das operadoras internacionais, os resultados vêm”, declara. Ele reforça a importância do mercado de negócios, o Mice, para ampliar o fluxo de visitantes.
O fortalecimento de regiões que historicamente tinham menor presença no turismo internacional também é citado como fator determinante. Marina Marinho, presidente do Fornatur, afirma que “o turismo hoje é uma das maiores ferramentas de desenvolvimento regional. Ele gera emprego, renda e transforma realidades locais”, acrescenta. Ela destaca o avanço de destinos do Nordeste, Norte e interior, impulsionados por novas estratégias de promoção integrada.
Os dados até outubro mostram Argentina, Chile e Estados Unidos entre os principais emissores. A Argentina lidera com quase 3 milhões de visitantes, seguida por Chile (661,8 mil), EUA (614,3 mil), Uruguai (453,6 mil) e Paraguai (421,8 mil).
Para os próximos anos, a projeção é de continuidade no crescimento. A estimativa é alcançar 10 milhões de turistas internacionais em 2026. Freixo afirma que o desafio agora é avançar em qualificação do receptivo, integração de políticas públicas e investimentos em infraestrutura. Toni Sando complementa que o turismo “movimenta cadeias produtivas e fortalece a economia”, considerando que o Brasil tem potencial para ampliar ainda mais sua participação no cenário global.

