Viajar para a Europa em 2025 exigiu mais atenção dos turistas, especialmente diante da implementação de novos sistemas de controle de fronteira, ajustes em taxas turísticas e medidas mais rígidas relacionadas ao comportamento de visitantes.
As mudanças, adotadas por diferentes países e blocos, refletem o esforço europeu de reorganizar o fluxo turístico, reduzir excessos e reforçar a segurança. Confira, abaixo, tudo que mudou neste ano e evite surpresas durante a viagem.
Fronteiras da UE: o EES já está ativo
O Sistema de Entrada/Saída da União Europeia (EES) começou a operar em outubro e segue em implementação gradual até abril de 2026. O processo substitui o antigo carimbo no passaporte por um registro eletrônico que coleta dados biométricos como impressões digitais e imagem facial de cidadãos de países que não pertencem ao bloco.
O EES abrange todos os países do Espaço Schengen, além de Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein. Irlanda e Chipre ficam de fora. O objetivo é reforçar a segurança, identificar visitantes que ultrapassem o período de permanência permitido e agilizar, no longo prazo, a entrada de turistas internacionais.
Apesar disso, o período inicial tem registrado atrasos em fronteiras terrestres, portos e aeroportos – e a recomendação é considerar tempo extra de deslocamento.
ETIAS: lançamento adiado para 2026
Ainda previsto, mas não iniciado, o ETIAS será a autorização de viagem obrigatória para brasileiros e demais viajantes isentos de visto que visitarem o Espaço Schengen.
O lançamento, antes previsto para 2025, foi adiado para o final de 2026. A autorização custará 20 euros, terá validade de três anos e permitirá estadias de até 90 dias dentro de um período de 180 dias.
Reino Unido: ETA obrigatória a partir de 2026
Fora da UE, o Reino Unido também avança para sistemas digitais. A Autorização Eletrônica de Viagem (ETA) será exigida a partir de fevereiro de 2026 para turistas de 85 países que hoje não precisam de visto, incluindo o Brasil.
A taxa é de 16 libras, com validade de dois anos para estadias de até seis meses.
Viagem mais cara: taxas, alojamentos e esqui
O ano também marcou alta nos custos. Capitais como Paris e Barcelona ampliaram restrições ao aluguel de curta duração, reduzindo a oferta de hospedagens no estilo Airbnb. Países como Islândia, Espanha, Noruega e Reino Unido reforçaram ou reajustaram taxas turísticas.
Veneza manteve a cobrança para visitantes de um dia.
No turismo de inverno, resorts de esqui na Suíça, Áustria e Itália elevaram preços em até 40% desde 2021, pressionados por custos de energia e manutenção.
Regras de conduta mais rígidas
Comportamentos inadequados também receberam atenção em 2025.
San Sebastián proibiu fumar nas praias. Albufeira introduziu multas por trajar pouca roupa fora das áreas apropriadas. Palma vetou barcos de festa no porto.
Na França, passageiros que causarem transtornos em voos podem ser multados em até 20 mil euros e até proibidos de embarcar por quatro anos.
Direitos do passageiro: discussões continuam
A União Europeia segue negociando mudanças em leis que tratam de atrasos, indenizações e bagagem de mão, mas pressões das companhias aéreas retardam avanços. Enquanto isso, autoridades nacionais reforçam regras: em Portugal, foi determinado que companhias aéreas não podem recusar embarque mediante apresentação de cartão físico, após mudanças anunciadas pela Ryanair.