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Matheus Alves
Matheus Alves
Repórter - E-mail: matheus@brasilturis.com.br

Relembre o histórico da gestão de Celso Sabino à frente do MTur

Gestão do Ministério do Turismo (MTur) por Celso Sabino foi marcada por crescimento de visitantes estrangeiros, ampliação do crédito, criação de programas e tensões políticas que levaram à sua saída

A passagem de Celso Sabino pelo Ministério do Turismo (MTur) deixa um balanço marcado por crescimento expressivo de indicadores, criação de programas estratégicos e fortalecimento institucional da pasta, ao mesmo tempo em que foi atravessada por tensões políticas que culminaram em sua saída do cargo. O deputado federal do Pará comandou a pasta entre agosto de 2023 e dezembro de 2025, sendo afastado da pasta pelo governo após sua expulsão do União Brasil.

Formado em Direito e Administração, Sabino construiu trajetória técnica e política antes de chegar à Esplanada. Auditor fiscal do Pará, foi secretário estadual de Trabalho, Emprego e Renda em 2012, presidiu o Instituto de Metrologia do estado e elegeu-se deputado estadual em 2014. Na Câmara dos Deputados, a partir de 2018, ganhou projeção como relator da reforma do Imposto de Renda e, em 2022, tornou-se o primeiro paraense a presidir a Comissão Mista de Orçamento.

Histórico da gestão

À frente do MTur, a gestão de Celso Sabino foi orientada por três eixos centrais: ampliação do fluxo turístico, retomada de investimentos em infraestrutura e fortalecimento da qualificação profissional. Um dos principais programas lançados foi o Conheça o Brasil: Voando, desenvolvido em parceria com companhias aéreas para estimular o turismo doméstico e ampliar a conectividade interna.

Outra frente foi a retomada de obras de infraestrutura turística que estavam paralisadas em diversos estados, medida considerada estratégica para destravar investimentos e apoiar destinos consolidados e emergentes. No campo da qualificação, Sabino inaugurou a primeira Escola Nacional de Turismo, em Belém, iniciativa voltada à formação profissional. Em julho de 2025, a escola alcançou cerca de 2 mil profissionais capacitados em seus quatro primeiros ciclos.

“O turismo é uma matriz capaz de gerar desenvolvimento sustentável e oportunidades em todas as regiões do país”, afirmou Sabino durante a posse no ministério, ao defender o papel transversal do setor na economia.

Os resultados numéricos foram frequentemente utilizados como vitrine da gestão. Entre janeiro e agosto de 2025, o Brasil recebeu 6,52 milhões de turistas internacionais, crescimento de 46,6% em relação ao mesmo período de 2024. Na avaliação do então ministro, os dados refletiam uma mudança de patamar do país no mercado global. “O Brasil está mais aberto e conectado ao mundo do que nunca. Esses números mostram que nosso esforço em qualificação, promoção e estruturação do turismo está dando resultados concretos”, declarou à época.

Na nota oficial que marcou sua saída, Sabino ampliou esse balanço e projetou novos recordes. “Inclusive, na próxima sexta-feira (19), chegaremos à marca inédita de 9 milhões de turistas estrangeiros em nosso país, resultado de um trabalho intenso de reforço na promoção internacional, na ampliação da malha aérea, na melhoria da infraestrutura turística e na qualificação profissional de quem está na linha de frente do atendimento ao turista”, declarou. Vale lembrar que o ex-ministro projetara alcançar os 10 milhões de visitantes internacionais em 2025, durante a abertura do Salão Nacional do Turismo.

A geração de emprego foi outro ponto destacado pelo ex-ministro. Segundo dados citados por ele, o turismo registrou 1,5 milhões de admissões formais entre janeiro e outubro, de acordo com o Novo Caged. “Destaco ainda a capacidade de geração de emprego em nosso setor”, disse.

No campo institucional, a gestão celebrou a sanção da Lei Geral do Turismo, considerada um marco para ampliar a segurança jurídica do setor, e o lançamento do Plano Brasis, plano internacional de marketing elaborado pela Embratur em parceria com o MTur e o Sebrae. A estratégia buscou reposicionar a imagem do Brasil no exterior e distribuir de forma mais equilibrada o fluxo de visitantes entre as regiões.

O acesso ao crédito também ganhou relevância. Entre 2023 e 2025, o Fundo Geral de Turismo (Fungetur) contabilizou 4,6 mil operações contratadas, somando R$ 2,13 bilhões. Pequenas empresas concentraram R$ 831,5 milhões, enquanto microempresas receberam R$ 330 milhões, reforçando o foco da política em negócios de menor porte. No Cadastur, o país superou a marca de 37 mil guias de turismo registrados, com avanço no processo de digitalização dos serviços por meio da conta Gov.br.

No cenário internacional, Sabino assumiu em 2025 a presidência do Conselho Executivo da ONU Turismo, tornando-se o primeiro brasileiro a ocupar o cargo desde a criação do órgão, em 1975. O mandato coincidiu com um ano estratégico para o país, que sediou a COP30, em Belém, e exerceu a presidência rotativa do Brics. Para o ex-ministro, a conferência climática deixou “um legado sem precedentes para o Brasil e, principalmente, para o povo do Pará”.

Na despedida, Celso Sabino fez questão de contextualizar sua permanência no cargo do MTur até a COP30. “Agradeço o apoio do presidente Lula nessa missão a mim confiada em julho de 2023, com a certeza de que ela foi cumprida com êxito”, declarou. O ex-ministro também afirmou compreender “as relações necessárias para a governabilidade de um país” e confirmou que busca disputar uma vaga no Senado Federal pelo Pará.

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