Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro, anunciou que se reunirá, na primeira quinzena de janeiro, com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, para discutir a possível flexibilização do limite anual de passageiros no Aeroporto Santos Dumont.
A confirmação ocorre após críticas públicas do prefeito à intenção do governo federal de ampliar o teto de movimentação do terminal, atualmente fixado em 6,5 milhões de passageiros por ano. Em publicação nas redes sociais, Paes afirmou que Costa Filho sempre atuou como aliado na coordenação do sistema aeroportuário do Rio e que a reunião buscará uma solução equilibrada para a cidade e para o país.
O Ministério de Portos e Aeroportos confirmou à Agência Brasil o encontro entre o prefeito e o ministro para tratar do tema. Segundo a Pasta, as discussões sobre a ampliação do movimento no Santos Dumont estão sendo conduzidas com transparência e diálogo institucional.
Contexto da disputa
O debate ganhou força após declarações de Paes, que mencionou a atuação de “forças ocultas” na Anac para flexibilizar as restrições do aeroporto localizado no centro da cidade. A agência reguladora repudiou as acusações e afirmou que todas as decisões seguem processos administrativos formais e auditáveis.
Para o prefeito, a manutenção do teto de passageiros é fundamental para a recuperação do Aeroporto Internacional Tom Jobim, principal porta de entrada internacional do estado. Após as críticas, o ministro Silvio Costa Filho reiterou que o governo avalia a ampliação gradual do limite do Santos Dumont, podendo chegar a até 8 milhões de passageiros por ano.
Impactos no sistema aeroportuário
Dados da Infraero e da concessionária RioGaleão indicam que, após a imposição do teto no Santos Dumont, o movimento anual do terminal caiu de 10,9 milhões para 5,7 milhões de passageiros. No mesmo período, o Galeão mais que dobrou sua movimentação, passando de 6,8 milhões para 16,1 milhões de passageiros.
Com isso, o total de passageiros nos aeroportos do Rio de Janeiro cresceu 23%, saltando de 17,7 milhões em 2023 para 21,8 milhões em 2025. O fortalecimento do Galeão está diretamente ligado à repactuação do contrato de concessão, aprovada em 2024 e avalizada pelo Tribunal de Contas da União em junho deste ano.
A repactuação prevê ainda uma venda assistida do aeroporto, marcada para 30 de março de 2026, com lance mínimo estipulado em R$ 932 milhões. O processo permitirá a entrada de um novo operador sem a necessidade de reestatização do terminal.

