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Maurício Herschander
Maurício Herschander
Repórter - E-mail: mauricio@brasilturis.com.br

Câmbio favorece brasileiros e impulsiona viagens para Argentina e Japão nas férias

Valorização do real frente a moedas sul-americanas e asiáticas amplia poder de compra e reduz custos em janeiro

Com a chegada das férias escolares, o planejamento de viagens internacionais volta ao centro das atenções dos brasileiros, especialmente para o período de janeiro, logo após as festas de fim de ano. Um levantamento do Ebury Bank, instituição especializada em câmbio e pagamentos internacionais, aponta que Argentina e Japão figuram entre os destinos mais vantajosos para quem pretende viajar gastando menos neste início de 2026.

A análise considerou os destinos internacionais mais procurados pelos brasileiros e cruzou variáveis como variação cambial, inflação local e proximidade geográfica — fator que impacta diretamente o custo das passagens aéreas. O estudo mostra que, ao longo de 2025, a moeda brasileira apresentou valorização expressiva frente ao peso argentino e às principais moedas asiáticas, criando um cenário favorável para o turista brasileiro.

Brasileiros seguem ampliando viagens ao exterior

O interesse por destinos internacionais segue em alta. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil indicam que, entre janeiro e outubro de 2025, 23,5 milhões de passageiros embarcaram em voos internacionais a partir do Brasil. O número já se aproxima do total registrado em todo o ano de 2024, quando 24,9 milhões de brasileiros viajaram para fora do país.

O movimento reforça a retomada consistente do turismo emissivo, mas também destaca a importância de avaliar fatores que influenciam o orçamento da viagem, como preço das passagens, distância do destino, inflação local e, principalmente, a cotação da moeda estrangeira em relação ao real.

Argentina lidera vantagens cambiais

Entre os destinos analisados, a Argentina aparece como principal destaque. Em 2025, o peso argentino acumulou desvalorização de 38,5% frente ao real, o que ampliou de forma significativa o poder de compra dos brasileiros no país vizinho. Mesmo com a inflação local acima de 31% nos últimos 12 meses, o cenário cambial segue favorável.

Segundo o Ebury Bank, cada real brasileiro permite comprar 29,6% mais na Argentina neste ano do que se o mesmo valor fosse gasto no Brasil. Além disso, a proximidade geográfica, o tempo reduzido de voo e as tarifas aéreas mais acessíveis reforçam a atratividade do destino.

“A Argentina, principalmente, está com o câmbio muito mais favorável ao real do que no ano passado. Isso amplia o poder de compra dos viajantes brasileiro. Além disso, as passagens são mais baratas e o tempo de voo mais curto em comparação com outros locais, o que torna esse destino especialmente atrativo”, afirma David Brito, Country Manager do Ebury Bank.

Ásia ganha espaço entre os brasileiros

Ao observar destinos de longa distância, o levantamento aponta que Japão e China também se destacam como opções interessantes. O iene japonês acumulou desvalorização de 14,6% frente ao real nos últimos 12 meses, permitindo que o turista brasileiro compre cerca de 19% a mais no país asiático em comparação aos gastos no Brasil.

A moeda chinesa, o yuan, apresentou comportamento semelhante, com queda de 12,1% frente ao real, enquanto o poder aquisitivo do brasileiro cresceu aproximadamente 15,6% em 2025. O cenário torna os dois destinos mais competitivos, especialmente para viagens planejadas com antecedência.

América do Sul segue competitiva

Outros países sul-americanos também aparecem no radar dos viajantes. Chile e Peru registraram desvalorizações de 6,7% e 2,3% de suas moedas frente ao real, respectivamente. Com isso, o poder de compra do brasileiro cresceu 8,5% no Chile e 5,7% no Peru ao longo do ano.

Europa exige maior cautela

Em contrapartida, as viagens para a Europa pedem mais atenção ao orçamento. O real teve valorização de apenas 0,6% frente ao euro em 2025 e, nos últimos meses, passou a perder força em relação à moeda comum. A libra esterlina manteve estabilidade no período, o que mantém os custos elevados para o turista brasileiro.

“Os custos das viagens para a Europa continuam bastante elevados e a viagem acaba ficando muito mais custosa. Por isso, alternativas na América do Sul e na Ásia, como Japão e China, acabam compensando mais, a depender do que buscam os viajantes”, complementa David Brito, Country Manager do Ebury Bank.

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