A combinação entre aumento do emprego, calor intenso e câmbio favorável para estrangeiros sustenta uma expectativa positiva do setor de hospedagem e alimentação para o Réveillon, segundo Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).
“O nível de desemprego chegou ao índice mais baixo que o Brasil já teve. As pessoas estão empregadas e, por conseguinte, estão viajando mais”, afirma Sampaio. Segundo ele, o lazer passou a ocupar um espaço mais consolidado na cesta de consumo dos brasileiros, impulsionando deslocamentos desde o período do Natal.
De acordo com o dirigente, a onda de calor registrada em praticamente todo o País favoreceu especialmente destinos de praia, tanto no Nordeste quanto no Sul. “Mostrou uma resposta muito grande em termos de demanda de brasileiros, principalmente viajando”, acrescenta Sampaio.
Demanda internacional
Além do mercado doméstico, o Réveillon também deve ser marcado por um fluxo elevado de turistas estrangeiros, especialmente argentinos. Sampaio destaca que a atual relação cambial tornou o Brasil mais competitivo do que o próprio turismo interno da Argentina. “Hoje está mais caro para a Argentina fazer turismo na Argentina do que no Brasil”, explica. Esse cenário, segundo ele, tem direcionado uma “massa de turistas” para praias de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul e, em menor escala, do Paraná.
O presidente da FBHA também aponta que o Brasil se aproxima da marca de 9 milhões de turistas estrangeiros, resultado de um câmbio favorável e de ações de promoção internacional. “Isso em função também de uma política mais assertiva para divulgar o Brasil para destinos europeus e alguns americanos”, afirma.

Comportamento
Quanto ao comportamento do consumidor, Sampaio observa que, apesar da tradicional elevação de preços em destinos mais disputados, o cenário inflacionário mais controlado e o aumento da renda ajudaram a tornar os valores mais aceitáveis.
Ele destaca ainda o papel do parcelamento. “Hotéis e agências conseguiram facilitar alguma coisa do parcelamento desses gastos, tanto em hotéis quanto em passagem aérea, de maneira mais aceitável”, salienta Sampaio.
Segundo o presidente da FBHA, esse movimento permitiu inclusive decisões de última hora no Réveillon. “Isso facilitou também a adesão, mesmo nos últimos meses, das pessoas se programarem para as festas de final de ano”, avalia.
A expectativa positiva também está associada a investimentos e novidades nos destinos. “Prefeituras se esmeraram em trabalhar o seu destino, shows programados para virar o ano em várias praias, em vários destinos do Brasil afora”, comenta.
Para Sampaio, o conjunto desses fatores sustenta a projeção de uma temporada forte. “Vamos ter que esperar o fechamento dos números, mas eu também estou otimista. Falamos com pelo menos dez destinos Brasil afora e todos estão muito otimistas com a resposta do consumidor”, finaliza.

