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Maurício Herschander
Maurício Herschander
Repórter - E-mail: mauricio@brasilturis.com.br

Voos evitam Irã mesmo com cessar-fogo e prolongam trajetos no Oriente Médio

Companhias aéreas redirecionam rotas para garantir segurança, afetando tempo de viagem e gerando congestionamento aéreo

Apesar da trégua anunciada entre Irã e Israel, o espaço aéreo iraniano continua sendo evitado por companhias aéreas internacionais, provocando aumento nos tempos de voo e maior congestionamento nas rotas alternativas. A decisão, segundo especialistas, está ligada a medidas de segurança adotadas preventivamente, mesmo com o espaço aéreo oficialmente reaberto.

No dia 25 de junho, dados do Flightradar24 mostraram que a maioria das companhias continuava a contornar o Irã, utilizando trajetos mais longos pelo norte, via Turquia, ou pelo sul, sobrevoando Egito e Arábia Saudita. Segundo declarações de Ian Petchenik, diretor de comunicação do Flightradar24, ao portal Travel Weekly, os impactos são particularmente sentidos por companhias do Golfo, como Emirates e Qatar Airways.

A Air India, que já enfrentava restrições de sobrevoo no espaço aéreo paquistanês, suspendeu seus voos para Europa e América do Norte na semana anterior devido às tensões na região. As operações para os Estados Unidos foram retomadas no dia 25, com uma nova rota que passa pela Arábia Saudita. A ausência de permissão para cruzar tanto o Irã quanto o Paquistão obriga a companhia a buscar alternativas mais longas.

Para empresas norte-americanas, a situação é ainda mais restritiva. Uma diretriz da FAA (Administração Federal de Aviação) proíbe sobrevoos no Irã há anos, e a regra também se aplica a companhias estrangeiras que operam voos em codeshare com transportadoras dos Estados Unidos.

As rotas alternativas podem adicionar entre 45 e 90 minutos aos voos, dependendo das condições atmosféricas, como explicou Petchenik. Com o Irã ocupando uma área mais que duas vezes maior que o Texas, o redirecionamento de tráfego aéreo cria gargalos tanto nas alternativas ao norte quanto ao sul.

Mesmo diante desse cenário, as operações têm seguido de forma estável. “Elas parecem estar mantendo os horários”, destacou John Grant, analista da consultoria OAG. Segundo ele, as companhias têm gerenciado bem os tempos de conexão nas pontas das rotas, o que oferece alguma flexibilidade logística.

A Emirates, uma das maiores afetadas, afirmou em comunicado que conseguiu ativar seu plano de contingência rapidamente após o ataque iraniano à base Al Udeid, no Catar, em 23 de junho. “Apenas alguns voos precisaram ser redirecionados devido ao congestionamento aéreo”, informou a empresa.

Enquanto o aeroporto de Tel Aviv retomou suas operações, voos de companhias dos Estados Unidos para Israel seguem suspensos, assim como o serviço da United entre Newark e Dubai. O impacto na demanda turística na região ainda é incerto.

“É cedo para dizer se há mudanças na percepção dos viajantes em relação aos super hubs do Oriente Médio, mas se a situação se estabilizar, esses hubs continuarão sendo ótimos pontos de conexão”, observou Grant.

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