Curitiba vem ganhando força como destino turístico de inverno, conquistando visitantes pela combinação entre clima frio, infraestrutura urbana e atrações culturais. Tradicionalmente voltada ao turismo corporativo, a capital paranaense passou a atrair também o público de lazer, o que tem impactado diretamente o setor hoteleiro. Segundo Jonel Chede Filho, presidente do Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação (SEHA), a expectativa para as férias escolares deste ano é de uma ocupação média de 80% nos hotéis.
“O clima, aliado aos atrativos da cidade, vem fazendo com que cada vez mais pessoas escolham Curitiba para curtir o inverno”, afirma Chede.
O gerente de vendas do Transamerica Executive Curitiba Batel, Roberto Frare, destaca a mudança no perfil dos visitantes, que agora buscam experiências culturais e gastronômicas. “Todos os visitantes que recebemos ficam encantados com Curitiba. É um hóspede que vai retornar, com certeza”, afirma Frare, ressaltando o potencial de crescimento com os novos voos diretos no Aeroporto Afonso Pena, incluindo conexões recentes com Lima e Santiago.
Casais como José Clóvis e Fernanda Deliberador do Vale e José Augusto e Maria Eugenia Batista, vindos de Avaré (SP), escolheram Curitiba para fugir do tradicional roteiro nordestino. “Nós visitamos o Jardim Botânico, a Ópera de Arame e o Bosque do Papa João Paulo II e ficamos maravilhados”, contou Fernanda. Maria Eugênia, por sua vez, destacou a cordialidade dos curitibanos: “Mesmo em um lugar com muita gente, como o Jardim Botânico, há respeito às filas, não há aglomeração.”
Para atender à crescente demanda, a Prefeitura realiza o festival Inverno Curitiba até 31 de agosto, em parceria com a Abrasel. A programação inclui shows, gastronomia, esportes e feiras em diversos pontos da cidade.
Outra tendência que impulsiona o turismo local é a realização de grandes eventos. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), entre 8% e 10% do público de grandes shows é de fora do Paraná. O setor de bares e restaurantes chega a registrar aumento de 20% no movimento em datas de espetáculos.
“É uma realidade esse turismo cultural”, reforça Frare, citando como exemplo o show da cantora Olivia Rodrigo, em março, que elevou a ocupação hoteleira.