A Nordwind Airlines operou no domingo (27) o primeiro voo regular entre Moscou e Pyongyang em décadas. A decolagem ocorreu no aeroporto internacional de Sheremetyevo, na capital da Rússia, e o trajeto até a capital da Coreia do Norte durou cerca de oito horas, com mais de 400 passageiros a bordo.
Segundo a agência estatal russa Tass, os bilhetes custaram 45 mil rublos (aproximadamente 480 euros). A permissão para os voos foi concedida em julho. A Nordwind, que antes atendia destinos turísticos na Europa, como Espanha e Alemanha, teve suas rotas interrompidas após a proibição de companhias aéreas russas no espaço aéreo da União Europeia em 2022.
O Ministério dos Transportes da Rússia informou que a rota contará com uma frequência mensal para atender à demanda. De acordo com blogs de aviação russos, esta pode ser a primeira operação regular entre Moscou e Pyongyang desde meados da década de 1990. Em junho, o serviço ferroviário entre as duas capitais foi retomado com uma frequência de dez dias.
Até então, a única conexão aérea direta entre os dois países era realizada a partir de Vladivostok, no extremo leste russo.
Turismo norte-coreano
A retomada dos voos ocorre em meio ao esforço da Coreia do Norte para reativar sua economia por meio do turismo. Recentemente, Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, visitou o complexo turístico de Wonsan-Kalma, à beira-mar, onde se reuniu com o líder norte-coreano Kim Jong-un. O resort tem capacidade para cerca de 20 mil visitantes e é apontado como um dos principais projetos turísticos do país.
Apesar das iniciativas, a Coreia do Norte ainda mantém restrições significativas à entrada de turistas estrangeiros. As fronteiras estão sendo reabertas de forma gradual após o fechamento imposto pela pandemia, mas não há confirmação sobre a retomada total do turismo internacional.
Os voos entre Vladivostok e Pyongyang foram reativados em 2023, após suspensão durante o período da Covid-19. Nos últimos anos, Rússia e Coreia do Norte têm intensificado suas relações, incluindo apoio militar norte-coreano à campanha russa na Ucrânia.