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Maurício Herschander
Maurício Herschander
Repórter - E-mail: mauricio@brasilturis.com.br

FOHB critica proposta “sem lógica” de diária de 24h e aguarda portaria do MTur

Orlando Souza reforça que medida é inviável operacionalmente e destaca que regulamentação nacional deve prever até 3h para limpeza dos quartos

A sétima edição do Fórum Nacional da Hotelaria (FNH), realizada nesta segunda-feira (15), em São Paulo, foi marcada pela discussão de um dos temas mais polêmicos do momento para o setor: a proposta de implantação da diária de 24 horas em hotéis. O assunto ganhou repercussão após projeto apresentado em Minas Gerais, mas foi classificado como “extemporâneo” e “sem lógica” por Orlando Souza, presidente Executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

Segundo Souza, a legislação já trata do tema e a regulamentação definitiva deve ser anunciada ainda esta semana, durante a Equipotel, em São Paulo. A expectativa é de que o Ministério do Turismo assine uma portaria estabelecendo um período máximo de três horas para a limpeza dos apartamentos, garantindo segurança jurídica para o setor.

“Mundo inteiro funciona assim”

Para o dirigente, a ideia de impor a diária de 24 horas ininterruptas não encontra respaldo na realidade da operação hoteleira. “O deputado lá em Minas acordou um dia e resolveu inventar uma maluquice. O mundo inteiro funciona prevendo um período entre o check-out e o check-in para a limpeza do quarto. É como um avião: ninguém desembarca e embarca sem que a aeronave seja higienizada”, exemplificou.

Souza ressaltou que a Lei Geral do Turismo, recentemente aprovada, já prevê que a diária de 24 horas seja regulamentada por meio de portaria, justamente para definir esse intervalo técnico necessário. A minuta deve ser apresentada na quarta-feira (17), durante reunião do Conselho Nacional de Turismo.

Impacto operacional

O presidente do FOHB lembrou que a hotelaria brasileira é diversa e que os prazos para higienização variam conforme o tipo de empreendimento. “Um hotel econômico, como um Ibis, pode precisar de apenas uma hora. Já um resort exige mais tempo. Por isso, a previsão de até três horas é adequada e flexível”, explicou.

A medida é considerada essencial para a operação, pois garante a qualidade do serviço prestado e evita sobrecarga nas equipes de limpeza. Caso a diária de 24 horas fosse implantada sem este intervalo, os hotéis teriam dificuldades logísticas para manter padrões de higiene e atendimento, o que poderia impactar diretamente a experiência do hóspede.

FOHB como fonte de dados e posicionamento do setor

Durante a entrevista, Souza também destacou o papel do FOHB como fonte de informações confiáveis sobre a hotelaria nacional. A entidade, que reúne as principais redes do país, compila dados repassados pelas empresas para investidores e parceiros financeiros, o que assegura a consistência das estatísticas divulgadas.

Essas informações são utilizadas em parcerias com entidades como a ItaInvest, que atualiza o Painel Nacional de Hotelaria duas vezes por ano, e a Noctua, responsável pelo estudo sobre canais de distribuição. Além disso, a JLL (Jones Lang LaSalle) realiza análises detalhadas sobre receitas, custos operacionais e mão de obra com base em dados fornecidos pelo FOHB.

Souza reforçou que esse papel de “hub de dados” é fundamental para orientar o setor em decisões estratégicas e reforçar o posicionamento da hotelaria em debates como a questão da diária de 24h.

Expectativa para a regulamentação

Com a iminente publicação da portaria, o FOHB acredita que a polêmica criada em torno do tema deve ser solucionada. “Não há como ignorar a necessidade de tempo para higienizar os quartos. É algo que já está estruturado, falta apenas formalizar”, disse Souza.

O dirigente acrescentou que a entidade seguirá acompanhando a tramitação e participando das discussões em conjunto com o Ministério do Turismo e o Conselho Nacional de Turismo, para assegurar que a regulamentação atenda às necessidades do setor sem comprometer a qualidade do serviço oferecido aos hóspedes.

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