O dólar iniciou a terça-feira (16) em queda e se aproximou da casa dos R$ 5,30, refletindo a expectativa em torno das decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central do Brasil, ambas previstas para esta quarta-feira (17). Às 9h41, a moeda comercial recuava 0,16%, cotada a R$ 5,313 na venda. Já o contrato para outubro, o mais negociado no país, cedia 0,23%, a R$ 5,3207.
Na véspera, a divisa encerrou em baixa de 0,59%, a R$ 5,3220, no menor patamar desde 6 de junho de 2024, quando havia fechado em R$ 5,2493. O movimento manteve a tendência global de desvalorização da moeda frente a outras divisas, como a libra e o euro, que também registraram avanços.
No cenário internacional, investidores reforçam apostas em um corte de 25 pontos-base na taxa de juros norte-americana, diante da desaceleração recente do mercado de trabalho nos Estados Unidos. A expectativa é de que o anúncio do Fed defina a trajetória do câmbio nos próximos meses.
“A atenção segue voltada para o tom do presidente Jerome Powell. Caso ele reforce os riscos de inflação, o mercado pode ajustar as apostas de corte. Por outro lado, se mantiver o discurso de cautela, a tendência de valorização do real pode ganhar força”, avaliou Mohit Kumar, estrategista da Jefferies, à Reuters.
No Brasil, a manutenção da Selic em 15% fortalece o chamado “carry trade”, em que investidores internacionais buscam retorno em países com juros elevados. O ambiente doméstico também segue no radar, com repercussão política e indicadores econômicos que influenciam o humor do mercado.
Para o turismo, o cenário favorece a programação de viagens internacionais. Com o dólar em queda, pacotes, passagens aéreas e hospedagens no exterior tendem a ficar mais acessíveis, embora especialistas recomendem cautela, já que a volatilidade cambial pode trazer ajustes nos próximos dias.