Os metalúrgicos da Embraer iniciaram nesta quarta-feira (17) uma greve por tempo indeterminado na unidade de São José dos Campos (SP), sede da fabricante de aeronaves. A decisão foi tomada em assembleia com cerca de três mil trabalhadores, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da cidade.
De acordo com o sindicato, as reivindicações incluem reajuste salarial de 11%, benefício mensal de mil reais e assinatura de convenção coletiva. “A proposta foi apenas a reposição da inflação, aumento de apenas R$ 20 no vale alimentação”, afirma Weller Gonçalves, presidente do sindicato.
“Mas eles propõem retirar um direito histórico dos metalúrgicos, que é garantia de estabilidade do emprego para o trabalhador que sofre acidente de trabalho ou é portador de doença ocupacional”, explica Gonçalves. “É importante dizer que a Embraer está em um bom momento, e aí o trabalhador, que fabrica as aeronaves, precisa ser valorizado, mas a proposta é muito ruim”, acrescenta.
A unidade de São José dos Campos concentra cerca de 15 mil funcionários da Embraer, onde são produzidos jatos comerciais e executivos, sistemas e equipamentos, além de manter um centro de desenvolvimento. Segundo o sindicato, apenas os metalúrgicos aderiram à paralisação; trabalhadores do setor administrativo e terceirizados seguem em atividade.
Em nota sobre a greve, a Embraer declarou que “respeita os direitos dos metalúrgicos, mas estranhou a ação do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos”. A empresa informou ainda que as negociações estão em andamento junto à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Segundo a fabricante, a Fiesp apresentou em 16 de setembro uma proposta de reajuste salarial de 5,5% — percentual acima da inflação do período, de acordo com a companhia — e aumento de 12,5% no vale alimentação para colaboradores com salários de até 11 mil reais.
Vale destacar também que a Embraer foi excluída da tarifa de 50% dos EUA após negociações.