O Sindicato Nacional dos Controladores de Tráfego Aéreo da França (SNCTA), que representa cerca de 70% da categoria, adiou a greve que estava programada para os dias 18 e 19 de setembro. A decisão foi tomada em meio ao colapso do governo francês e à ausência de um ministro dos Transportes, condição que inviabilizaria negociações.
Em comunicado, a entidade afirmou que a paralisação “não é mais compatível com a possibilidade de alcançar reivindicações devido à falta de interlocutores”. Diante disso, o movimento foi remarcado para acontecer de terça-feira, 7 de outubro, até a manhã de sexta-feira, 10 de outubro, com a expectativa de que o novo governo apresente soluções às demandas.
Contexto das reivindicações
O SNCTA denuncia há anos práticas de gestão que classifica como punitivas e baseadas em desconfiança, além de um diálogo “estéril” com a Direção-Geral da Aviação Civil (DGAC). A entidade reivindica reajuste salarial compatível com a inflação e uma “mudança profunda na gestão das operações”. Segundo o sindicato, a paralisação é vista como último recurso diante da falta de avanços.
Possíveis impactos imediatos
Apesar da suspensão da greve, os dias 18 e 19 de setembro ainda podem registrar manifestações e paralisações pontuais em outros segmentos. O SNCTA incentivou trabalhadores da Air France a se mobilizarem, embora pilotos não tenham aderido formalmente. Além disso, sindicatos menores de controladores aéreos podem manter suas próprias paralisações.
A DGAC publicará, em 18 de setembro, uma previsão de impactos para orientar companhias aéreas sobre possíveis reduções de voos. Passageiros que pretendem viajar nessas datas são aconselhados a confirmar previamente suas programações junto às companhias.
Histórico de paralisações
Greves recentes mostram a dimensão do problema. Em julho, sindicatos menores organizaram uma paralisação que afetou mais de um milhão de passageiros em toda a Europa, de acordo com a Eurocontrol. Milhares de voos foram cancelados e o prejuízo às companhias ultrapassou €100 milhões, segundo estimativas do setor.
Na ocasião, o SNCTA não participou. Agora, com sua adesão, cresce a preocupação sobre o alcance da greve de outubro, dada a força do sindicato no setor.
Alerta para o turismo internacional
Para viajantes brasileiros e de outros mercados emissores, os próximos meses podem ser de incerteza em relação a voos de/para a França e conexões em aeroportos franceses. A situação exige monitoramento constante por parte de agentes de viagens e operadoras que atuam no mercado europeu.