A iminente saída de Celso Sabino (União-PA) do Ministério do Turismo provocou uma disputa política no governo. Após comunicar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sua decisão de deixar o cargo, Sabino indicou que deve formalizar o pedido de demissão na volta do chefe do Executivo de Nova York, prevista para quarta-feira (24).
O União Brasil determinou o desembarque de seus filiados do governo federal após denúncias que atingiram o presidente da sigla, Antônio Rueda. Ele nega ligação com investigações da Polícia Federal sobre o uso de aeronaves por organizações criminosas, mas responsabiliza o Planalto pela divulgação das informações. A decisão partidária precipitou a saída de Sabino, que era considerado peça importante para dar visibilidade ao Pará diante da COP30, marcada para novembro em Belém.
De acordo com o jornal O Globo, aliados avaliam – nos bastidores – que a saída abre uma disputa estratégica. O Palácio do Planalto considera manter um nome técnico já presente na pasta, como a secretária-executiva Ana Carla Machado Lopes, enquanto o PDT manifestou interesse em ampliar espaço no governo e reivindicou o posto diretamente a Lula. O partido já ocupa a Previdência, com Wolney Queiroz, e articula a possibilidade de indicar um novo quadro para o Turismo.
Parlamentares do PT, por sua vez, defendem o nome de Marcelo Freixo, atual presidente da Embratur. Ele é apontado como figura de peso político, mas seu interesse em concorrer a deputado no próximo ano é visto como um fator que poderia fragilizar a gestão da pasta. O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), também atua nos bastidores para que o sucessor de Sabino seja um nome de seu estado, preservando o protagonismo regional diante da realização da conferência climática da Onu.
A decisão sobre o futuro do Ministério do Turismo deve ser anunciada nos próximos dias, com impacto direto na organização da COP30 e na estratégia política do governo em ano pré-eleitoral.