O dólar iniciou esta terça-feira (30) em leve baixa frente ao real, pressionado por fatores externos e pela expectativa em torno do fechamento da Ptax, taxa calculada pelo Banco Central (BC) que serve de referência para liquidação de contratos futuros. O movimento reflete a cautela dos investidores diante do risco de paralisação do governo dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que analisam indicadores econômicos no Brasil e no exterior.
Às 10h16, o dólar comercial recuava 0,19%, cotado a R$ 5,313. Na B3, o contrato futuro mais próximo também caía 0,15%, aos 5.313 pontos. Já o dólar turismo era negociado a R$ 5,344 na compra e R$ 5,524 na venda.
A definição da Ptax, que ocorre no fim de cada mês, concentra a atenção do mercado, já que bancos e investidores tentam direcionar a taxa para níveis mais convenientes às suas posições, sejam compradas (apostando na alta do dólar) ou vendidas (apostando na queda).
No campo doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego ficou em 5,6% no trimestre encerrado em agosto, alinhada às previsões. Já a dívida pública bruta atingiu 77,5% do PIB no mesmo mês, número abaixo das estimativas de mercado. O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 17,25 bilhões, resultado também mais positivo do que o esperado.
No exterior, o foco segue nas negociações orçamentárias em Washington. O Senado norte-americano, de maioria republicana, deve votar nesta semana um projeto de gastos temporários após uma primeira tentativa fracassada. Sem acordo, cresce o temor de um “shutdown”, paralisação parcial do governo que costuma gerar instabilidade nos mercados globais.
O índice do dólar, que mede a força da moeda dos EUA em relação a uma cesta de seis divisas, recuava 0,06% às 10h, a 97,857 pontos. A queda marca o segundo dia seguido de desvalorização da moeda norte-americana.
Para conter movimentos bruscos, o BC anunciou dois leilões de linha de US$ 2 bilhões nesta manhã, oferecendo dólares com compromisso de recompra. A operação busca assegurar liquidez ao mercado em meio à volatilidade.
Combinando incertezas externas e fatores técnicos locais, a cotação do dólar deve seguir oscilando até a definição da Ptax no fim do dia, quando será estabelecido o valor que servirá de referência para contratos futuros e derivativos cambiais.