A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) comemora 70 anos de fundação em um momento de reestruturação e fortalecimento institucional. À frente da entidade, Alexandre Sampaio detalha que o foco atual está na modernização dos processos internos, na aproximação com os sindicatos estaduais e na atuação técnica junto ao governo federal em pautas essenciais para o setor.
“Estamos num processo de crescimento e redefinição de objetivos, principalmente nos aspectos organizacionais. Dividimos o país em núcleos de atendimento, com diretores regionais que permitem respostas mais rápidas e uma percepção mais clara das necessidades de cada sindicato”, explica Sampaio.
Atualmente, a federação mantém polos de atuação no Rio Grande do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Nordeste, onde promove ações integradas com as capitais. Essa estrutura descentralizada, segundo o presidente, fortaleceu o relacionamento com as entidades de base e ajudou na retomada pós-pandemia.
“Alguns sindicatos fecharam durante a pandemia e demoraram a reabrir. Estamos conseguindo resgatar esse vínculo, apoiando tanto os mais estruturados quanto aqueles que precisam de orientação e modernização”, diz.
Entre as ferramentas de apoio, a FBHA incentiva o uso da UniCNC, a universidade corporativa da CNC, que oferece mais de 250 cursos online voltados à gestão empresarial e desenvolvimento de lideranças. “Queremos mostrar aos sindicatos que investir em capacitação é essencial para fortalecer a base sindical e atrair empresários interessados em usufruir dos benefícios do Sistema S”, ressalta Sampaio.
Além da reorganização administrativa, a FBHA vem expandindo sua representatividade. A entidade passou a atuar também em Santa Catarina e Bahia, regiões que recentemente perderam líderes federativos ligados à antiga Confederação Nacional do Turismo.
“Estamos avançando com novos sindicatos, consolidando núcleos regionais e ampliando nossa presença nacional. O Polo Bahia, por exemplo, deve ser um dos próximos focos de atuação integrada”, adianta o presidente.
No campo político e regulatório, a federação mantém participação ativa nos grupos de trabalho do Ministério do Turismo, que discutem temas como a regulamentação das plataformas de hospedagem, os hotéis-condomínio e a modernização da legislação hoteleira.
Sampaio destaca que a FBHA busca uma convivência equilibrada entre a hotelaria tradicional e as novas modalidades de hospedagem. “Sabemos que as plataformas não vão desaparecer, mas defendemos que atuem dentro das mesmas regras tributárias e legais. Com a reforma tributária, a tendência é que elas passem a recolher ISS no município onde o serviço é prestado, o que trará mais equilíbrio concorrencial”, afirma.
O executivo explica que, além da tributação, é fundamental que os condomínios tenham o direito de decidir se aceitam ou não a operação de apartamentos vinculados a plataformas digitais. “Cada cidade tem sua peculiaridade, mas é importante que haja regulamentação. São Paulo será o grande termômetro desse convívio, e esperamos que o modelo sirva de referência para o país”, avalia.
Ao completar sete décadas, Sampaio resume que a federação vive um momento de consolidação e de construção de novas pontes institucionais. “A FBHA se fortaleceu ao adotar uma postura mais moderna, técnica e participativa. Nosso objetivo é representar com eficiência os interesses da hotelaria e da alimentação fora do lar, contribuindo para um ambiente regulatório justo e para o crescimento sustentável do turismo brasileiro”, conclui.
