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Amanda Leonel
Amanda Leonel
CEO do Brasilturis Jornal.

Hora de arregaçar as mangas

O Turismo do Brasil alcança números históricos e, ao mesmo tempo, enfrenta o desafio de redefinir seu futuro. Os 6,77 milhões de visitantes internacionais em 2024, somados aos mais de US$ 7 bilhões em receitas, são motivo de comemoração, mas também de inquietação. Até onde conseguimos ir? E, mais importante: estamos realmente preparados para sustentar um crescimento sólido e competitivo no cenário global?

O Plano Brasis, concebido em parceria entre Embratur, Sebrae, Ministério do Turismo, governos estaduais e o trade, surge como resposta estratégica a essas perguntas. Pela primeira vez, cada um dos 27 estados brasileiros recebe um diagnóstico claro e um caminho de internacionalização estruturado. Não se trata apenas de atrair mais turistas, mas de provocar uma mudança profunda de mentalidade. O plano nos convida a sair da lógica simplista de “promover tudo para todos” e a construir ofertas qualificadas, sustentáveis e com identidade própria.

Mas o quanto estamos dispostos a encarar essa provocação? Governança, integração público-privada e inovação não são apenas palavras bonitas em um documento oficial. São compromissos que exigem ação, resiliência e, acima de tudo, cooperação. Não basta ter belezas naturais incomparáveis se não houver estratégia de mercado. Não basta exibir diversidade cultural se ela não se traduz em experiências prontas para serem consumidas globalmente.

O raio-x que apresentamos nesta edição mostra de forma detalhada os pontos fortes, fragilidades e oportunidades de cada estado. É um retrato que expõe virtudes, mas também desnuda gargalos. Há mercados que ainda sequer iniciaram sua jornada de internacionalização. Outras, embora mais avançadas, enfrentam entraves estruturais. O Plano Brasis oferece diretrizes, mas a transformação dependerá da capacidade de cada destino em assumir responsabilidades e agir coletivamente.

O trade brasileiro precisa se perguntar: queremos continuar sendo um país que desperta interesse, mas perde competitividade frente a destinos que se organizaram melhor? Ou estamos prontos para assumir que a hora de profissionalizar, inovar e reposicionar o Brasil é agora?

O Plano Brasis nos dá um norte, mas o resultado final não será medido apenas em números de chegadas. Será avaliado na capacidade de reinventar a promoção, fortalecer governanças locais e dar protagonismo a experiências autênticas que só o Brasil pode oferecer. O futuro está à mesa. A questão é: vamos liderá-lo ou assisti-lo passar?

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