Gramado (RS) – A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) comemora 70 anos de história em um momento decisivo para o turismo brasileiro. Presente na 37ª edição da Festuris, em Gramado (RS), o presidente da entidade, Alexandre Sampaio, destacou o papel histórico da federação na representação sindical do setor e fez um balanço sobre os principais desafios e perspectivas para 2026, incluindo temas como reforma tributária, aviação regional e financiamento de longo prazo para o segmento de hotelaria e alimentação.
“Foi uma trajetória de muita contribuição e luta. A FBHA acompanhou o desenvolvimento do turismo no Brasil desde os primórdios, quando o Rio de Janeiro ainda era a capital da República. Hoje somos 80 sindicatos, sendo cerca de 60 plenamente ativos, espalhados por todo o país”, relembrou Sampaio. Fundada em 1955, a federação nasceu a partir de cinco sindicatos — dois de Minas Gerais, um do Paraná, um do Rio de Janeiro e um do antigo estado da Guanabara — e foi responsável por fortalecer a representação trabalhista do setor ao longo das décadas.
O executivo ressaltou que o turismo nacional se consolidou como um dos motores da economia brasileira, embora ainda enfrente gargalos estruturais. “Nosso papel é garantir uma representação forte, não apenas nas negociações salariais, mas também nas discussões de políticas públicas. Precisamos avançar em temas que travam o crescimento, como a tributação, o crédito e a aviação”, afirmou.
Sampaio destacou que a reforma tributária será um dos principais desafios de 2026. “A alíquota ainda não foi definida e, mesmo com um redutor de 40%, dependendo de como for regulamentada, pode não representar uma vantagem real. Vamos trabalhar ativamente para assegurar que o turismo não seja penalizado”, pontuou.
Outro ponto crítico citado é o da aviação regional e nacional, que, segundo ele, limita o desenvolvimento do turismo no Brasil. “É inviável um país continental com apenas três companhias operando. O acordo de céus abertos não prosperou, e precisamos encontrar um modelo intermediário que permita o ingresso gradual de empresas estrangeiras. Sem isso, regiões como o Norte e o Centro-Oeste continuarão subatendidas”, alertou.
O dirigente também defendeu a ampliação do Simples Nacional para contemplar mais empresas de alimentação fora do lar e a criação de linhas de crédito de longo prazo voltadas à hotelaria. “Não se trata de subsídio, mas de condições viáveis de financiamento. É impossível sustentar um negócio turístico com juros de 15% ao ano”, enfatizou.
Ao comentar o cenário de 2025, Sampaio reconheceu que foi um ano de desafios, com instabilidades macroeconômicas e questões pontuais que afetaram o setor, como a crise do metanol. Ainda assim, ele acredita que o aprendizado fortalece o setor para o futuro. “O turismo brasileiro tem mostrado resiliência e protagonismo. Agora é hora de transformar essa força em resultados estruturais”, concluiu.
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