A Imaginadora apresentou, nesta terça-feira (18), um workshop focado no uso de inteligência artificial no Turismo, conduzido por Eduardo Costa, líder da vertical de marketing digital da empresa.
Com demonstrações ao vivo, o encontro detalhou como diferentes modelos de IA já alteram processos de promoção, planejamento e atendimento em destinos, operadoras e agências. “IA não é sobre tecnologia, é sobre saber pedir”, afirmou Eduardo ao reforçar que a qualidade das respostas depende do contexto oferecido pelo usuário.
Eduardo iniciou o painel contextualizando a IA como uma nova mudança de era, comparável ao impacto da internet comercial e do smartphone. Ele lembrou que o setor turístico já convive com algoritmos em plataformas como Waze, Google Maps, Netflix e Spotify. A partir daí, avançou para aplicações diretas no Turismo, mostrando como agentes, destinos e operadoras podem utilizar IA para gerar roteiros personalizados, organizar bases de dados e estruturar decisões estratégicas.
Entre os exemplos apresentados, Eduardo simulou a busca de destinos para um casal com preferências culturais, atribuindo notas automáticas conforme aderência do perfil. Lisboa recebeu 9,5 de 10, Florença 10 de 10 e Kyoto 9 de 10, com justificativas automatizadas sobre clima, experiências e estilo de viagem. Outro exemplo envolveu a limpeza de bases de e-mail com milhares de registros, tarefa que já consumiu dias de equipes e que a IA executou “em segundos”.
Confira, abaixo, as Inteligências Artificiais (IAs) citadas por Costa e os pontos fortes e fracos de cada uma, segundo o especialista.
ChatGPT: criatividade, profundidade e construção de conteúdo
O ChatGPT foi apontado como o modelo mais versátil para criação de mensagens, campanhas e textos institucionais. Eduardo destacou sua relevância para destinos que precisam produzir em volume sem perder consistência de linguagem. Entre os pontos fortes, citou fluidez no português, integração com voz e imagem e rapidez na criação de posts, slogans e roteiros.
Entre as limitações, mencionou travamentos quando o usuário ultrapassa o limite da versão gratuita e menor precisão quando se exige dados atualizados. Ainda assim, considerou o modelo o mais equilibrado para uso geral no turismo, especialmente em ações de conteúdo e relacionamento.
Gemini: produtividade para equipes que trabalham com Google
O Gemini foi apresentado como aliado direto para secretarias de turismo, núcleos de inteligência e operadoras que concentram operações em Google Docs, Planilhas e Apresentações. Ele permite criar fórmulas, revisar documentos, cruzar informações e reorganizar arquivos inteiros. Eduardo destacou que o modelo é menos criativo do que o ChatGPT, mas superior para tarefas estruturadas e suporte analítico.
O executivo demonstrou como o Gemini identifica inconsistências em planilhas extensas, gera tabelas dinâmicas e até sugere visualizações gráficas, funcionalidade útil para destinos que monitoram fluxo turístico e sazonalidade.
Claude: diagnóstico, infográficos e leitura de longos documentos
Claude foi apresentado como uma das ferramentas mais técnicas entre as avaliadas. Eduardo mostrou seu desempenho ao transformar textos densos em análises claras e ao criar infográficos automaticamente a partir de informações longas. O modelo também se destacou na capacidade de interpretar relatórios de mercado, guias técnicos e documentos extensos.
Entre os limites, Claude apresentou menor desempenho na geração de imagens fotográficas, mas foi apontado como o melhor para estratégias que exigem profundidade, como planos de marketing de destinos e relatórios para o trade.
Perplexity: buscas avançadas e monitoramento de tendências
O Perplexity foi descrito como o modelo mais forte para pesquisa. Ele apresenta respostas com referências diretas às fontes, facilitando a verificação de dados sobre destinos concorrentes, tendências internacionais e comportamento do consumidor.
Eduardo demonstrou como o Perplexity pode resumir, em tempo real, as principais notícias sobre turismo ou sintetizar um vídeo de mais de uma hora do YouTube, recurso útil para profissionais que precisam acompanhar conteúdo de feiras, entrevistas ou painéis de mercado. Outra função destacada foi a integração com navegadores, que permite ler páginas da web e gerar resumos instantâneos — inclusive de portais de notícias.
Adapta: ecossistema brasileiro com foco em capacitação
O Adapta foi apresentado como plataforma nacional que integra múltiplos modelos de IA, entre eles GPT 5.1, Claude, Gemini, Grok e Tongyi. O diferencial, segundo Eduardo, está no conjunto de cursos que ensinam aplicação prática da IA no marketing turístico, na gestão e na produção de conteúdo.
Ele explicou que a ferramenta funciona como hub, sugerindo automaticamente qual modelo é mais adequado para cada pedido. As limitações estão na ausência de versão gratuita e na memória reduzida em chats muito longos, mas o executivo considerou o Adapta especialmente útil para quem deseja formação continuada.
Ganho de eficiência como ativo estratégico
Eduardo encerrou reforçando que a maior entrega da IA ao turismo é a economia de tempo. Para ele, destinos, parques e operadoras que utilizam IA na rotina conseguem acelerar processos, evitar retrabalho e redirecionar esforços para tarefas de alto valor, como curadoria de experiências e relacionamento com o trade. “Profissionais não serão substituídos pela IA, mas por quem souber usá-la”, repetiu.

