O Litoral Norte de São Paulo volta a colocar em evidência um de seus maiores patrimônios: a riqueza histórica e cultural que molda a identidade da região muito além do mar. Reunindo sítios arqueológicos, vilas preservadas, rotas religiosas, tradições caiçaras e experiências de Turismo de Base Comunitária (TBC), os cinco municípios do Circuito Litoral Norte — Bertioga, Caraguatatuba, Ilhabela, São Sebastião e Ubatuba — destacam um conjunto de vivências que convidam o visitante a percorrer capítulos essenciais da história brasileira.
Da primeira fortificação oficial do país a comunidades indígenas que preservam saberes ancestrais, o destino reforça o compromisso com um turismo educativo, sustentável e conectado às raízes do povo local.
Bertioga: da primeira fortificação do Brasil à vila inglesa na serra
Com papel central na preservação da memória colonial, Bertioga abriga o Forte São João, construído entre 1550 e 1560 e considerado a primeira fortificação oficial do Brasil. Tombado e candidato à Lista Indicativa da Unesco, o espaço reúne o Museu João Ramalho e permite ao visitante caminhar por um dos marcos da formação do país.
Outro destaque é a Vila de Itatinga, projetada em estilo inglês em 1910 para abrigar trabalhadores de uma das primeiras usinas hidrelétricas do Brasil. O vilarejo permanece quase intacto e pode ser visitado em roteiros monitorados, acessados por barco e um bondinho histórico entre os rios Itatinga e Itapanhaú.
“Em Bertioga, temos certeza: o Turismo Cultural é o nosso grande diferencial. É fundamental mostrar que o Litoral Norte oferece, muito além das praias, uma profunda experiência pela história e identidade do país”, afirma o secretário de Turismo e Cultura, Ney Carlos da Rocha.
Caraguatatuba: fé, memória e identidade caiçara
Em Caraguatatuba, a tradição se manifesta na Rota Santo Antônio, que leva devotos ao Morro Santo Antônio e ao Santuário onde está a relíquia do santo. O Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba (MACC) completa a experiência, com acervo dedicado à identidade caiçara e ações de educação patrimonial.
“O turismo cultural fortalece nossa economia criativa e cria experiências afetivas que geram pertencimento”, destaca Bianca Colepicolo, secretária de Turismo.
Ilhabela: história preservada e protagonismo caiçara
Ilhabela reúne museus, patrimônios e tradição viva. A Fazenda do Engenho integra natureza e memória com seu casarão preservado, o Museu Afro e canoas tradicionais, enquanto o Centro Histórico concentra marcos como a Igreja Matriz, o Museu Náutico e o Centro Cultural Waldemar Belisário.
“Ilhabela é muito mais que praia. Promover e preservar esses espaços é investir em um turismo mais autêntico e sustentável”, afirma o secretário Harry Finger.
São Sebastião: arqueologia, aldeias indígenas e diversidade cultural
São Sebastião abriga o Sítio Arqueológico de São Francisco, com ruínas e vestígios de 200 anos. Já a Aldeia Guarani Rio Silveira, na Costa Sul, oferece vivências sobre o modo de vida indígena — das danças e rituais às trilhas, comidas típicas e artesanato.
“Nossos museus e aldeias mostram o quanto essa cidade é rica em tradição e conhecimento”, reforça o secretário Leandro Pereira.
Ubatuba: patrimônios tombados, lendas e TBC
Ubatuba soma mais de 100 praias a uma ampla diversidade cultural. Destacam-se o Sobradão do Porto, a Igreja Matriz, as ruínas da Lagoinha e do Presídio da Ilha Anchieta. A cidade preserva o Fandango Caiçara e celebrações tradicionais, além de investir em Turismo de Base Comunitária em territórios indígenas, quilombolas e caiçaras.
“Ubatuba vai muito além do sol e mar, com uma riqueza cultural imensa”, afirma o secretário Anderson Paiva.

