A ampliação das iniciativas de acessibilidade no transporte aéreo ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (20), com a inauguração da sala multissensorial do Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza. O espaço foi criado para acolher passageiros com transtorno do espectro autista e reduzir estímulos típicos do ambiente aeroportuário, garantindo mais conforto e segurança emocional.
A cerimônia contou com a presença de Tomé Franca, secretário executivo do Ministério de Portos e Aeroportos, Eduardo Bismarck, secretário de Turismo do Ceará, e Evandro Leitão, prefeito de Fortaleza.
Localizada em frente ao portão 11, a sala oferece iluminação ajustável, sons controlados, cores neutras, puffs e colchonetes, além de tendas de calma, fones abafadores e elementos visuais discretos. O ambiente foi desenhado para proporcionar regulação sensorial e mitigar sobrecargas decorrentes do fluxo intenso de passageiros, avisos sonoros e luminosidade forte. A estrutura funciona 24 horas e comporta até 10 pessoas simultaneamente, incluindo um espaço que simula o interior de um avião, recurso adotado para facilitar a adaptação antes do embarque.
Rede nacional de salas sensoriais cresce
Com a entrega em Fortaleza, o Brasil chega a 13 salas multissensoriais instaladas em seus principais aeroportos, em parceria entre governo federal e concessionárias privadas. Já dispõem do serviço os terminais de Vitória, Florianópolis, Brasília, Congonhas, Aracaju, João Pessoa, Galeão, Recife, Maceió, Santos Dumont e Campo Grande.
Segundo Tomé Franca, o programa integra uma diretriz central da Pasta para democratizar a experiência de viajar. “É orientação do presidente Lula e do ministro Silvio Costa Filho que o nosso trabalho faça com que a aviação brasileira seja para todas e todos. As salas e espaços multissensoriais acolhem e tornam a experiência de viajar mais agradável em nossos aeroportos, atendendo aos passageiros nas suas necessidades”, afirmou.
Thaís Reder, diretora de operações do Aeroporto Internacional de Fortaleza, reforçou que a iniciativa complementa ações de melhoria contínua do terminal. “É uma satisfação para a Fraport Brasil inaugurar um espaço projetado para oferecer conforto, redução de estímulos e um ambiente acolhedor aos nossos passageiros que necessitam de uma pausa sensorial durante a viagem”, disse.
Inclusão e bem-estar como política pública
As salas multissensoriais têm objetivo específico: criar zonas de descompressão que minimizam estímulos capazes de provocar desequilíbrio emocional. A proposta atende não apenas pessoas com TEA, mas qualquer passageiro sensível a ambientes ruidosos ou superexcitantes. Além de acolhimento imediato, essas estruturas incorporam uma lógica de gestão aeroportuária alinhada ao princípio de acessibilidade universal.
Na última semana, os aeroportos de João Pessoa e Aracaju também inauguraram seus espaços sensoriais, ampliando o alcance do programa de inclusão coordenado pelo Ministério de Portos e Aeroportos. As entregas fazem parte de um conjunto mais amplo de ações voltadas a passageiros neurodivergentes e famílias que buscam orientações para uma viagem mais confortável.
Como complemento às iniciativas, o ministério disponibilizou a cartilha Inclusão Dentro e Fora do Avião, escrita por Aline Campos e ilustrada por Luana Chinalia. O material apresenta a história de duas crianças neurodivergentes e oferece informações sobre direitos, recursos de apoio e boas práticas que podem facilitar o processo de viagem. A publicação está disponível no site oficial do MPor e também nas salas multissensoriais de todo o país.

