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Maurício Herschander
Maurício Herschander
Repórter - E-mail: mauricio@brasilturis.com.br

Leilão do AmpliAR injeta R$ 731 mi em aeroportos do Nordeste e da Amazônia Legal

Rodada inédita na B3 amplia concessões, fortalece a aviação regional e garante modernização de 13 terminais estratégicos, incluindo Paulo Afonso e Jericoacoara

O Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) realizou, nesta quinta-feira (27), em São Paulo, o primeiro leilão do Programa AmpliAR, iniciativa criada para estender às bases regionais os benefícios de eficiência e investimento observados nas concessões federais. A rodada, conduzida na B3, atraiu interessados para 13 terminais do Nordeste e da Amazônia Legal e assegurou R$ 731,6 milhões em aportes privados — resultado considerado histórico pelo governo federal e pelos operadores presentes.

A disputa utilizou o critério de maior deságio sobre os parâmetros de receita e custos definidos pelo governo, validando o modelo de inclusão de aeroportos regionais dentro de contratos de concessão já existentes. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, classificou a operação como um marco para a aviação brasileira. “Esse é um marco histórico para a agenda do desenvolvimento do Brasil. Estamos saindo de 59 aeroportos concedidos para 72 concessões”, afirmou. Ele destacou ainda que, nos três primeiros anos do governo Lula, mais de 30 milhões de novos passageiros ingressaram na aviação nacional.

O ministro também ressaltou o impacto do turismo internacional, que deve fechar o ano com quase 10 milhões de visitantes estrangeiros no país. Segundo ele, a ampliação do fluxo de pessoas impulsiona naturalmente a expansão e modernização dos aeroportos — movimento que o Programa AmpliAR reforça ao inaugurar seu primeiro leilão dedicado à aviação regional. Nada disso, frisou, seria possível sem a atuação conjunta entre MPor, Anac, concessionárias e Tribunal de Contas da União.

Investimentos e aeroportos contemplados

Os contratos prevêem uma série de melhorias em pistas, terminais de passageiros e pátios, elevando o nível geral de serviço e segurança. O Aeroporto de Paulo Afonso (BA) receberá o maior volume individual de investimentos, somando R$ 106,2 milhões. Logo em seguida aparece o Aeroporto de Jericoacoara (CE), destino turístico em forte expansão, que contará com R$ 101,1 milhões para ampliação de capacidade e modernização.

Outros terminais igualmente estratégicos registraram aportes relevantes: Lençóis (BA), porta de entrada para a Chapada Diamantina, terá R$ 80,2 milhões; Vilhena (RO) será ampliado com R$ 74,6 milhões; e Barreirinhas (MA) — principal acesso aos Lençóis Maranhenses — contará com R$ 58,1 milhões. A lista inclui ainda Araguaína (TO), São Raimundo Nonato (PI), Cacoal (RO), Canoa Quebrada (CE), Serra Talhada (PE), Porto Alegre do Norte (MT), Garanhuns (PE) e Araripina (PE), todos arrematados pela concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, exceto Jericoacoara, que ficou sob a gestão da Fraport Brasil.

O secretário nacional de Aviação Civil, Daniel Longo, destacou que “o Programa AmpliAR é um modelo inovador e disruptivo, que coloca esses aeroportos sob gestão de operadoras de expertise, reputação e capacidade de trazer melhoria para a infraestrutura aeroportuária brasileira”.

O diretor-presidente da Anac, Tiago Faierstein, reforçou a dimensão estratégica da iniciativa. “Este não é simplesmente um leilão, é uma política pública”, afirmou. Para ele, a rodada marca um avanço decisivo na consolidação de uma aviação regional mais robusta, conectada e eficiente.

Próximas etapas e cronograma

Com a definição dos vencedores, o AmpliAR segue agora para a fase de formalização. Entre dezembro de 2025 e março de 2026, a Anac supervisionará a assinatura dos termos aditivos que oficializam a incorporação dos novos aeroportos aos contratos existentes e finalizam os cálculos de reequilíbrio econômico-financeiro. A partir disso, inicia-se a execução das obras e a transferência de gestão.

A rodada desta quinta-feira também cumpre o calendário anunciado pelo MPor, iniciado com consulta pública realizada entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 e seguido pelo lançamento do edital em agosto deste ano.

Nesta primeira etapa do programa, os terminais de Itaituba (PA), Tarauacá (AC), Guanambi (BA), além dos aeroportos de Barcelos, Itacoatiara e Parintins, no Amazonas, não receberam propostas e permanecerão sob gestão atual.

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