Ipojuca (PE) – A retomada do Praia Sem Barreiras, um dos projetos mais simbólicos do turismo acessível no Brasil, dominou o debate do painel Turismo 2030, realizado durante o Visit Travel Show. O secretário de Turismo de Ipojuca, Deomaci Ramos, confirmou que o programa volta a operar no verão, em parceria com o Rodas da Liberdade, ampliando o banho de mar assistido, o uso de cadeiras anfíbias, passeios adaptados e a capacitação de profissionais do trade.
Deomaci, que abriu o painel ao lado de Beto Guedes (Gaiteiro Ecoturismo), Michel Peneveyre (Rodas da Liberdade) e Geraldo Cavalcanti (CBC Surf), destacou que a retomada é estratégica para consolidar Ipojuca como destino inovador, sustentável e inclusivo até 2030. “A acessibilidade é universal. Não serve apenas para pessoas com deficiência, mas para idosos, famílias com carrinho de bebê e todo mundo que circula pela vila. Nosso compromisso é garantir que o turista possa viver Porto de Galinhas plenamente”, afirmou.
O retorno do projeto, que funcionou por seis anos e recebeu mais de dois mil participantes, recoloca Porto de Galinhas no mapa do turismo acessível nacional. Segundo Michel, que coordena o Rodas da Liberdade e executará novamente o programa, a expectativa é ampliar atividades e reforçar a capacitação de bugueiros, jangadeiros, motoristas e salva-vidas.
“O Praia Sem Barreiras transformou o destino numa referência. Agora vamos voltar mais fortes, com novas experiências e com o compromisso de inclusão para todos”, afirma Peneveyre.
Ele lembrou que turistas com deficiência geralmente viajam acompanhados, o que aumenta o impacto econômico do segmento.
O painel também tratou de ecoturismo, esporte e interiorização, mas sempre conectado ao tema da acessibilidade. Beto Guedes apresentou o trabalho da Gaiteiro Ecoturismo com trilhas históricas no manguezal de Maracaípe, reforçando que a preservação ambiental também precisa ser acessível e interpretada. Geraldo Cavalcanti, do CBC Surf, falou sobre o Parassurf, que tornou Porto de Galinhas referência internacional e atrai atletas e equipes por longos períodos, sobretudo na baixa estação.
Deomaci explicou que o planejamento até 2030 inclui descentralizar o turismo para áreas como Camboa e a foz do rio Ipojuca, além de fortalecer eventos esportivos e culturais que mantenham o destino em alta mesmo no inverno. “Porto de Galinhas já tem força natural no verão. Nosso desafio é estruturar um turismo que gere impacto positivo o ano inteiro e que acolha todo tipo de viajante”, afirmou.

