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Kamilla Alves
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Turismo regenerativo será tendência no mercado europeu, aponta Embratur

Painel sobre cenário internacional no Summit Visit Travel Show destaca oportunidades para o Nordeste e necessidade de posicionamento por clusters

Ipojuca (PE) – O cenário do turismo internacional e as oportunidades para o Nordeste estiveram no centro de um painel realizado durante o Visit Travel Show, em Porto de Galinhas. Moderada por Diogo Beltrão (Empetur), a conversa reuniu Bruno Reis (Embratur), Alejandra Barría (Expan Tours), Claudio Maia (Itaparica) e Yumi Nakayama, da WebBeds, com foco em mercados emissores, marca Nordeste, conectividade aérea e novas tendências de consumo.

Bruno Reis reforçou que o crescimento recente da chegada de estrangeiros ao Brasil é resultado de uma mudança de lógica na promoção internacional, baseada em dados, segmentos e clusters de produtos. “A gente precisa parar de vender o discurso de que o Brasil tem tudo para todo mundo. Quando eu tento ter tudo para todo mundo, eu não tenho nada para ninguém”, afirmou. Ele destacou que a Embratur tem trabalhado com recortes claros como Nordeste, Amazônia e Pantanal, além de nichos como luxo, birdwatching e pesca esportiva, alinhados ao Plano Brasil.

A marca Nordeste, lançada em parceria com o Consórcio Nordeste, foi apresentada como ferramenta estratégica para disputar espaço com Caribe e Sudeste Asiático em mercados como Reino Unido, Itália e Espanha. Segundo Bruno, o desafio agora é de mentalidade. “Os estados do Nordeste não podem competir entre si em Portugal ou na Espanha. A nossa concorrência é a Tailândia, é o Caribe. A promoção precisa ser unificada e profissionalizada”, pontuou, defendendo a estruturação do consórcio como plataforma permanente de promoção internacional.

Do ponto de vista do mercado chileno, Alejandra Barría explicou que o perfil do viajante se sofisticou e exige mais qualidade de serviço, gastronomia e experiências sob medida. Ela lembrou que o Nordeste costuma ser uma segunda ou terceira viagem ao Brasil para muitos chilenos, o que aumenta o nível de expectativa. Além da diversificação de produtos, a executiva apontou a conectividade como gargalo. Atualmente, Santiago conta com voo direto semanal para Recife. “Competimos com Caribe, que tem várias frequências diárias saindo do Chile. Precisamos de mais voos e tarifas competitivas para que o Nordeste se torne escolha natural”, avaliou.

Representando a WebBeds, Yumi ressaltou que Porto de Galinhas já desponta como terceiro destino mais reservado no Brasil pela plataforma, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. Ela listou Argentina, Brasil, Espanha, Estados Unidos, Portugal, Uruguai, Paraguai e Chile como principais emissores para a região e reforçou que presença nos canais passa por disciplina comercial. “Sem tarifa e inventário com antecedência não existe venda. É preciso ter preços competitivos, disponibilidade de pelo menos um ano e descrição adequada de produto, do tipo de cama às experiências. O viajante hoje não busca só um quarto com ar condicionado, ele quer viver algo único”, disse.

Claudio Maia destacou o papel da hospitalidade e da reinversão constante da hotelaria local na percepção dos estrangeiros sobre o destino, mas foi direto ao apontar desafios estruturais. Ele lembrou que segurança pública segue como uma das primeiras perguntas feitas por operadores europeus e ressaltou o potencial dos novos voos Iberia para o Nordeste. Em termos de mercado, sua aposta para 2026 é clara. “A Espanha deve explodir como emissor para o Nordeste, ao lado de Portugal. Já estamos trabalhando pacotes de sete, dez e quatorze noites e a demanda existe. Falta o destino se preparar para aproveitar essa onda”, afirmou.

Ao projetar 2026, Bruno Reis destacou que a próxima fronteira competitiva do Brasil está na agenda ESG aplicada ao turismo. “A tendência é o turismo regenerativo. A forma como a gente traz o turista e como ele impacta positivamente o destino vai ser determinante, principalmente no mercado europeu. Nós queremos crescer, mas com o turista que respeita as comunidades, as mulheres, as crianças e deixa um legado positivo”, concluiu, reforçando que o desafio do Nordeste é transformar o bom momento em trajetória consistente de crescimento internacional.

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