Barcelona (Espanha) – A Costa Cruzeiros avalia a temporada 2025/2026 na América do Sul como altamente positiva, com vendas avançadas e forte adesão do público brasileiro. Segundo Dario Rustico, presidente executivo da Costa Cruzeiros para as Américas, a atual operação já se encontra praticamente esgotada, restando poucas cabines disponíveis para fevereiro, março e abril. “Essa temporada já está super bem vendida. As novidades foram anunciadas e absorvidas pelo mercado, e estamos falando das últimas cabines disponíveis”, afirmou o executivo em entrevista ao Brasilturis.
De acordo com Rustico, a configuração da temporada reflete uma escuta ativa das agências de viagens e dos consumidores brasileiros. A operação manteve Santos, Itajaí e Rio de Janeiro como portos estratégicos e reforçou itinerários de sete noites na região do Prata, além de minicruzeiros, especialmente no período entre o fim de novembro e o Natal e novamente nos meses de março e abril. “O consumidor brasileiro pediu esses roteiros, especialmente os de sete noites e os minis, e nós adaptamos a oferta. Isso está muito alinhado com o que vemos também em outros mercados”, explicou.
Apesar da forte demanda, Rustico destacou que o principal desafio para a expansão da Costa no Brasil não está no interesse do público, mas na competitividade estrutural do país. Segundo ele, operar um navio na América do Sul custa significativamente mais do que em outras regiões do mundo. “Hoje é muito mais caro operar um navio no Brasil do que na Europa, no Norte da Europa, no Oriente Médio ou na Ásia. Precisamos recuperar competitividade”, afirmou.
Nesse contexto, a Costa, em conjunto com a Clia, vem atuando junto a diferentes instâncias do poder público. O executivo revelou a criação de uma mesa interministerial com os ministérios do Turismo e de Portos e Aeroportos, além da Embratur, e o envio de um documento com 15 pontos considerados urgentes para tornar a operação mais competitiva. “Estamos também em diálogo com a Argentina. A oportunidade de crescimento é real, mas precisamos criar as condições para isso”, disse, citando como exemplo positivo a infraestrutura desenvolvida em Belém.
Ruy Ribeiro, diretor comercial da Costa Cruzeiros, reforçou que o relacionamento com o trade segue como pilar central da estratégia da companhia no Brasil. “O trade é o nosso principal parceiro, é o nosso pilar. A imensa maioria das nossas vendas vem das agências de viagens”, afirmou. Segundo ele, a relação com os agentes vai além dos números e se baseia em proximidade, diálogo constante e valorização do ponto de venda, incluindo tanto grandes parceiros quanto agências de menor porte.
Ao fazer um balanço de 2025, Ribeiro classificou o ano como extraordinário, tanto em vendas quanto em satisfação dos hóspedes. “Foi um ano espetacular. O NPS está altíssimo e a temporada atual caminha para perto de 100% de ocupação”, disse. A operação teve início em 23 de novembro e, segundo o executivo, os primeiros minicruzeiros já apresentam feedbacks muito positivos, reforçando a confiança do trade e dos passageiros na marca Costa.
Por fim, Ribeiro reiterou que o Brasil e a América do Sul seguem como mercados estratégicos para a companhia. “A Costa está ligada à América do Sul desde o seu primeiro cruzeiro. São mais de 70 anos de operação na região e isso não vai mudar”, afirmou. Segundo ele, ajustes de oferta ao longo do tempo fazem parte da estratégia, mas a presença da Costa no Brasil permanece como um compromisso de longo prazo.