O turismo de chineses no Brasil alcançou um novo recorde em 2025. Dados da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) indicam a entrada de 94,4 mil visitantes da China entre janeiro e novembro, crescimento de 23,4% na comparação com 2024 e de 67,5% em relação a 2018, início da série histórica.
Mesmo sem a consolidação dos números de dezembro, a expectativa da Embratur é que o total anual se aproxime de 100 mil turistas chineses. O histórico aponta crescimento contínuo do fluxo até 2019, seguido de retração entre 2020 e 2022, em razão da pandemia de covid-19, com retomada a partir de 2023.
Diante do avanço da demanda, o governo brasileiro tem intensificado ações para ampliar o fluxo de visitantes. Na segunda-feira (15), a secretária-executiva do Ministério do Turismo (MTur), Ana Clara Lopes, se reuniu em Pequim com Sui Guizhen, vice-presidente da Associação Chinesa de Serviços de Viagem (CTSA), entidade que representa cerca de 80% das agências de viagens da China.
Durante o encontro, Lopes afirmou que o MTur pretende realizar, em 2026, um chamamento público para credenciar agências chinesas a operar no Brasil. Outra medida em andamento é a finalização de um visto eletrônico para turistas da China, com o objetivo de agilizar a liberação dos documentos, disse a secretária-executiva do Ministério do Turismo (MTur), Ana Clara Lopes.
Atualmente, o Brasil exige visto para turistas chineses, enquanto a China passou a dispensar o documento para brasileiros desde maio deste ano.
A agenda em Pequim incluiu ainda reuniões com representantes das companhias aéreas AirChina, China Southern Airlines e Hainan Airlines, que demonstraram interesse em ampliar operações para o Brasil. Hoje, apenas a AirChina mantém voos regulares, com uma rota entre São Paulo (SP) e Pequim, com escala técnica em Madri, na Espanha, totalizando 13 frequências mensais.
Após o encontro, Lui Peng, vice-gerente do Departamento Comercial da AirChina, afirmou que a empresa avalia a expansão de seus serviços no mercado brasileiro. “Nós estamos percebendo que existe uma demanda exponencial de viajantes entre os dois países. Para 2025, a expectativa é de 200 mil passageiros por viagens de ida e volta entre Brasil e China”, disse Peng.
Além disso, a Hainan Airlines firmou, em junho deste ano, um acordo de codeshare com a Air Europa para voos integrados via Madri, com destinos como Lima, no Peru, Cidade do Panamá, no Panamá, e São Paulo (SP), ampliando as opções de conectividade entre os dois mercados.

