O turismo internacional vive um momento inédito no Brasil em 2025. Pela primeira vez, o país ultrapassou a marca de 8 milhões de visitantes estrangeiros e já alcançou 9 milhões, segundo dados do setor. O avanço consolida a retomada da atividade e reposiciona o Brasil de forma mais competitiva no cenário global, especialmente entre viajantes de maior poder aquisitivo e interessados em experiências diferenciadas.
Esse movimento ganhou força com a recente visibilidade internacional do país. A revista norte-americana Travel+Leisure, uma das mais influentes do segmento de turismo de luxo, elegeu o Brasil como Destino do Ano e estampou o país em sua capa. Experiências anteriores indicam que esse tipo de exposição tende a gerar efeitos diretos no fluxo turístico. Em 2014, por exemplo, Portugal registrou crescimento expressivo na chegada de visitantes dos Estados Unidos após destaque semelhante, cenário que o mercado espera ver repetido no Brasil, em escala ainda maior.
Os reflexos já são percebidos na hotelaria de alto padrão. No Copacabana Palace, aproximadamente 40% dos hóspedes são brasileiros, enquanto o público internacional é majoritariamente formado por turistas dos Estados Unidos, seguidos por ingleses, argentinos, italianos, franceses e alemães. O dado aponta para um perfil de visitante estrangeiro mais qualificado, com maior interesse em cultura, história e estadias mais longas.
Destinos históricos também se beneficiam desse novo contexto. Paraty, reconhecida pelo patrimônio arquitetônico, programação cultural e integração com a natureza, tem atraído um público internacional em busca de autenticidade aliada a conforto e sofisticação. Nesse cenário, o Sandi Hotel se consolida como um dos empreendimentos mais demandados por estrangeiros na região. Instalado em casarões do século XVIII no Centro Histórico, o hotel passou por um processo de reposicionamento e hoje opera como um hotel boutique de padrão internacional, com foco em experiência, gastronomia, bem-estar e curadoria cultural.
A combinação entre crescimento do turismo internacional, valorização do turismo cultural e busca por hospedagens com identidade local tem favorecido destinos históricos e hotéis independentes. Para o trade turístico, o momento sinaliza não apenas aumento de demanda, mas uma mudança estrutural no perfil do turista que escolhe o Brasil, mais exigente, mais conectado à cultura e com maior impacto econômico por viagem.