São Paulo recebeu, em julho, 1,2 milhão de visitantes, segundo dados do Observatório de Turismo e Eventos da cidade. O número representa alta de 15% em relação ao mesmo período de 2024 e consolida 2025 como um ano de recuperação acelerada para o turismo em São Paulo, que já vinha demonstrando força nos primeiros meses do ano.
O desempenho é reflexo de um conjunto de fatores: maior oferta cultural e gastronômica, calendário de eventos movimentado e a retomada consistente das viagens de lazer e negócios. Para o setor hoteleiro, o impacto foi imediato. A taxa média de ocupação atingiu 64% no mês, um dos melhores índices do ano, enquanto a diária média ficou em R$ 492, sinalizando um aumento expressivo da receita.
Um dos pontos mais relevantes para o turismo em São Paulo foi o papel dos eventos. O boletim do Observatório aponta que o mês concentrou grandes feiras, congressos e espetáculos musicais, movimentando diferentes regiões da cidade. Aproximadamente 38% dos turistas que visitaram a capital em julho vieram por motivos profissionais, enquanto 35% tiveram como foco o lazer, principalmente shows internacionais, exposições de arte e festivais gastronômicos.
O turismo de negócios, tradicionalmente dominante, manteve relevância, mas o destaque ficou para o lazer, que cresce de forma consistente na capital. A ampliação da malha aérea e o fortalecimento do turismo interno ajudaram a consolidar essa tendência. O Aeroporto de Congonhas registrou movimento de 1,8 milhão de passageiros em julho, enquanto Guarulhos ultrapassou 3,5 milhões, consolidando São Paulo como principal porta de entrada do país. Em junho, Guarulhos foi um dos aeroportos mais movimentados do Brasil.
O setor hoteleiro foi um dos grandes beneficiados. Além da alta taxa de ocupação, julho trouxe incremento no RevPAR (receita por quarto disponível), que chegou a R$ 315, 18% acima do registrado no mesmo mês do ano anterior. Para os analistas do Observatório, isso demonstra não apenas o aumento da demanda, mas também a disposição do visitante em investir em experiências diferenciadas.
A hotelaria de luxo registrou crescimento de dois dígitos, puxada por eventos de grande porte e pelo aumento da procura de turistas estrangeiros. Já os hotéis econômicos se beneficiaram do público doméstico, sobretudo famílias que aproveitaram as férias escolares para viajar.
O turismo em São Paulo também reforçou o papel da gastronomia como atrativo central. O mês teve recorde de movimentação em restaurantes da cidade, especialmente em polos como Jardins, Vila Madalena e Itaim. O Observatório estima que o gasto médio diário do turista tenha alcançado R$ 620, incluindo hospedagem, alimentação, transporte e lazer.
Perspectivas
Com os resultados de julho, a expectativa é que São Paulo encerre 2025 com recorde de 15 milhões de visitantes, número superior ao registrado antes da pandemia. O fluxo acumulado do ano já ultrapassa 7 milhões de turistas, colocando a cidade em rota de crescimento sólido.
A análise do Observatório indica ainda que os meses de setembro e outubro devem manter o ritmo, impulsionados por eventos como a Fórmula 1, grandes shows internacionais e feiras de negócios de alcance global. Para o setor hoteleiro, a previsão é de ocupação próxima a 70% no segundo semestre, o que reforça a confiança dos investidores e a abertura de novos empreendimentos.
Outro destaque está no crescimento das viagens internacionais. O fluxo de turistas estrangeiros aumentou 12% em julho, com forte presença de visitantes vindos da Argentina, Estados Unidos e Chile. A prefeitura aposta nesse movimento como vetor de geração de empregos e receitas. A cadeia do turismo em São Paulo já responde por mais de 600 mil postos de trabalho diretos e indiretos, reforçando sua relevância econômica.