O palco principal do Google Cloud Summit 2025, que acontece no Transamérica Expo Center, em São Paulo, contou com uma participação especial da Embratur. A convite da Google Brasil, a agência esteve no evento para apresentar, nessa quarta-feira (10), a experiência com o desenvolvimento de um sistema próprio de gestão. A solução foi implementada pela própria equipe da Embratur utilizando a tecnologia Google AppSheet e outras ferramentas que permitem criar aplicativos, sites ou sistemas de forma simplificada.

Nomeada de “Hermes”, a aplicação é um sistema de gerenciamento que conecta o planejamento estratégico da Embratur à execução de suas despesas. Na prática, a ferramenta permite que todos os investimentos, custos e ações da agência sejam organizados, categorizados e rastreáveis. O sistema permite visualizar as informações sob diversos recortes (financeiro, orçamentário, contábil e estratégico), além de gerar dados para a análise de resultados e apuração de indicadores de política pública, como mercados prioritários, segmentos turísticos, ferramentas de promoção utilizadas, entre outros.

Representaram a Embratur no painel, Caroline Jorge, gerente de Orçamento, Finanças e Contabilidade; Nathan Souza, gerente de Transformação Digital; Gabriel de Jesus, supervisor de orçamento e João Barros, assessor executivo júnior. Durante a apresentação, a equipe explicou a trajetória para desenvolvimento do Hermes e o processo interno de transição tecnológica pelo qual a Agência passou na atual gestão.

O Hermes foi apontado pela própria Google como um dos maiores e mais completos cases de uso da plataforma AppSheet na América Latina. O destaque vai além da ferramenta em si: enquanto o desenvolvimento sem códigos de programação costuma ser aplicado a soluções pontuais, a equipe da Embratur adotou uma abordagem estratégica e estruturada. Antes da fase de programação, foram conduzidos processos rigorosos de revisão normativa, redesenho de processos, definição do modelo de negócio e elaboração de fluxogramas. Com isso, o desenvolvimento técnico se tornou ágil e fluido, maximizando os ganhos de produtividade.

O foco principal do Hermes é o gerenciamento da execução orçamentária, o controle do planejamento e a produção de dados históricos qualificados. E embora o sistema tenha sido desenvolvido para atender às necessidades específicas da Embratur, seu modelo serve como referência para outras instituições públicas ou privadas.

Marcelo Freixo, presidente da Agência, elogiou o recurso. “O diferencial do projeto está na união entre negócio e tecnologia, demonstrando que soluções personalizadas podem ser construídas por equipes dinâmicas, aproximando a gestão do processo de desenvolvimento tecnológico por meio dessas ferramentas”, destacou.

Com o lançamento do Hermes, em janeiro deste ano, a agência passou a gerar dados estruturados, sistematizados e validados sobre a execução de sua política de promoção internacional do turismo.

Roberto Gevaerd, diretor de Gestão e Inovação da Embratur, comparou o antigo sistema ao uso do Hermes. “Em 2023, a gestão da Embratur ainda dependia de dezenas de planilhas, o que demandava muito esforço para consolidar e interpretar informações”, lembrou.

“Dois anos depois, temos o Hermes, um sistema que conecta planejamento, orçamento e resultados em tempo real. Além de facilitar a gestão, o sistema amplia a transparência, dá mais clareza às nossas decisões e consolida a cultura de inovação que estamos construindo na Embratur”, disse.

Além dos benefícios internos como ganho de produtividade, maior eficiência na gestão e tomadas de decisões com base em dados concretos, o Hermes criou uma nova fonte de dados e informações acessíveis à sociedade. Isso permite que os investimentos da Embratur possam ser analisados, avaliados e relacionados aos resultados alcançados. “Estamos falando de uma iniciativa pioneira em transparência e inteligência institucional no setor de turismo internacional”, acrescentou Freixo.

O programa Rotas do Vinho, do Governo do Estado de São Paulo, já apresenta resultados concretos para o turismo regional e para o setor vitivinícola paulista. De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP), por meio do Centro de Inteligência da Economia do Turismo (CIET), 73,7% das vinícolas integrantes do programa avaliam os resultados como positivos.

Segundo os dados, 82% das vinícolas reportaram aumento no número de visitantes desde o lançamento da iniciativa, com crescimento médio de 27% no fluxo turístico. O gasto médio por visitante é de R$ 204, impulsionando diretamente a economia das cidades envolvidas e das propriedades produtoras de vinho. Esse movimento também se reflete nas receitas: 85,7% das vinícolas esperam encerrar o ano com alta média de 22% no faturamento em comparação a 2024.

“São Paulo é o maior consumidor de vinho do país e boa parte desse consumo está ligado às viagens turísticas. Estamos crescendo em qualidade, conquistando destaque no mercado internacional com premiações, e isso é resultado dos esforços do Governo do Estado, por meio do Rotas do Vinho de SP, da sociedade civil e de toda essa cadeia produtiva, cada vez mais organizada”, afirma Roberto de Lucena, secretário de Turismo e Viagens.

O programa também estimula novos investimentos: 92% das vinícolas já iniciaram ou pretendem iniciar obras de melhoria em infraestrutura, sendo que 38,5% dessas iniciativas são motivadas diretamente pelo aumento da demanda turística.

O impacto também chegou ao mercado de trabalho. Cerca de 67,9% das vinícolas afirmaram estar contratando novos funcionários, e, em 52,6% dos casos, as contratações foram justificadas pelo crescimento no número de visitantes. O dado reforça o potencial do programa não apenas para atrair turistas, mas também para gerar empregos no interior.

Outro reflexo positivo é a diversificação da oferta turística: 96% das vinícolas estão criando ou ampliando experiências para o visitante, como degustações guiadas, passeios entre vinhedos, eventos culturais e gastronômicos. Mais da metade dessas iniciativas (55,6%) respondem diretamente ao aumento da procura desde a implementação do programa.

Para Amanda Willoweit, gerente-geral da Vinícola Floresta São Pedro, em Espírito Santo do Pinhal, o Rotas do Vinho tem sido decisivo para a projeção da produção paulista e para o desenvolvimento regional.

“Percebemos um aumento significativo de visitantes na nossa cidade e na vinícola. Acreditamos que precisamos continuar divulgando para o mundo os maravilhosos vinhos do nosso estado e transformar as nossas rotas em um grande destino turístico, o que continuará gerando emprego e transformando vidas. Parabéns ao Governo do Estado por essa iniciativa. É maravilhoso ser parte disso”, declara Amanda.

O levantamento foi realizado entre os dias 18 e 30 de junho com as 66 vinícolas participantes do Rotas do Vinho em diversas regiões do estado.

O Rotas do Vinho

Lançado oficialmente em 28 de agosto de 2024, o programa tem o objetivo de valorizar o enoturismo no Estado de São Paulo. Atualmente, mais de 60 vinícolas participam da iniciativa, que mapeia, organiza e divulga trajetos turísticos em regiões produtoras como Jundiaí, São Roque, Espírito Santo do Pinhal e Serra da Mantiqueira, entre outras.

A ação é coordenada pela Casa Civil e pela InvestSP, com participação das secretarias de Desenvolvimento Econômico (SDE), Turismo e Viagens (Setur-SP), Agricultura e Abastecimento (SAA) e Cultura, Economia e Indústrias Criativas.