Mais um capítulo da compra da ITA Transportes Aéreos pela Baufaker Consulting está escrito. Isso porque, após uma desistência do negócio ter sido comunicada, Galeb Baufaker Júnior conversou com a reportagem do Brasilturis Jornal nesta quarta-feira (4) e pontuou o assunto: a compra da aérea ainda não está descartada.

Por outro lado, apesar do interesse ser o mesmo, o executivo garantiu que pretende entrar no mercado aéreo brasileiro, independente da transição da ITA Transportes Aéreos dar certo.

“Meu objetivo foi e continua sendo auxiliar os mais prejudicados pela paralisação dos voos da Itapemirim. Vejo muito potencial humano na equipe e quero voar com eles. Com ou sem ITA, a Baufa Air vai operar e em parceria com estes funcionários. É isso que consigo garantir”, afirmou em entrevista exclusiva ao Brasilturis Jornal.

“Meu modo de trabalho prioriza a prestação de um excelente serviço. Correr atrás da satisfação do cliente, não de lucro ou dinheiro, porque só isso, sem o material humano, não traz nada”, continuou Galeb Baufaker.

Galeb Baufaker
Galeb Baufaker Junior, proprietário da Baufaker Consulting

Situação

De acordo com o empresário, o processo de transição da ITA Transportes Aéreos e ITA Bank para a Baufaker Consulting foi iniciado normalmente quando a compra foi comunicada à imprensa. No entanto, ao longo da segunda quinzena de abril, Baufaker citou os mecanismos de bloqueio criados pela justiça com destino à Sidnei Piva, ex-CEO do Grupo Itapemirim.

“Eu adquiri as dívidas, ou seja, o passivo de ITA Transportes Aéreos e ITA Bank e já era sabido que o grupo em si passava por recuperação judicial. Porém, nas últimas semanas, o responsável por este processo decidiu bloquear os bens dos sócios do grupo, o que incluiu os ativos que citei. Como forma de resguardo, utilizei uma rescisão momentânea prevista em contrato”, explicou Baufaker.

A “desistência” jurídica, de acordo com ele, dura até o plano de pagamento da recuperação judicial ser finalizado, ou seja, pago por Sidnei Piva.

Além disso, o bloqueio citado pelo empresário ocorreu em 18 de abril pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). O promotor de Justiça que atua na recuperação judicial é Nilton Belli.

“Eu continuo com as tratativas, porque o que me interessa são os funcionários, passageiros e fornecedores. Na quinta-feira (5), por exemplo, visitarei a Agência Nacional Nacional de Aviação Civil (Anac) para expor a continuidade operacional da ITA Transportes Aéreos e o meu plano de tirar a Baufa Air do papel”, acrescentou.

Galeb Baufaker: operacional e pendências

No que diz respeito à frota, o planejamento do executivo é manter o mesmo modal da ITA Transportes Aéreos, com seis aeronaves A320. A depender da negociações com os arrendadores, a ideia é atualizar o portfólio operacional com aeronaves A220, um modelo mais novo.

A respeito dos passageiros que compraram passagens com a ITA Transportes Aéreos e não voaram por conta da paralisação dos voos, o empresário citou que se apresentará ao Procon para tratar e resolver a situação.

O mesmo será feito para pagar funcionários com salários atrasados desde o fim da aérea. Baufaker cita até uma “engenharia” já montada por ele e sua equipe para arcar com essa pendência.

“O que vai ditar a progressão ou regressão é o mercado aéreo. O que me importa não é a batalha de passagens ou bagagens, e sim como o passageiro vai ser tratado dentro da aeronaves. Precisamos fidelizá-lo novamente, não assustá-lo”, concluiu Baufaker Junior.


Leia também: Itapemirim: empresário comunica desistência da compra da aérea