O setor de turismo, com sua crescente presença online, proporciona aos consumidores uma variedade de opções, mas também abre portas para possíveis fraudes. Com a facilidade em reservar voos, hotéis e pacotes de viagem pela internet, é essencial estar ciente dos riscos e adotar medidas de proteção. O Brasilturis conversou com o especialista Dr. Fernando Mota Novais, supervisor Jurídico na Nelson Wilians Advogados, e mostra como evitar golpes.
A comercialização de passagens aéreas está entre os principais alvos de fraudes digitais no setor. O consumidor em busca de melhores condições e valores mais baixos, acaba se tornando alvo. As fraudes costumam iniciar de diversas maneiras, as mais populares são os perfis criados em redes sociais com ofertas tentadoras e preços irresistíveis, atraindo o olhar e a curiosidade de possíveis compradores.
Segundo Novais, é necessário redobrar os cuidado para não cair em golpes nas redes sociais, “É importantíssimo que haja massificação quando a necessidade de segurança da informação na internet, principalmente no Instagram que se tornou o meio preferencial para captação de novas vítimas “.
Confira algumas orientações do especialista e proteja-se de fraudes:
- Evite comprar passagens em sites desconhecidos;
- Antes de efetivar a compra, pesquise a reputação da empresa, verificando se há processos judiciais ou reclamações contra ela;
- Evite adquirir passagens “flexíveis”, aquelas que permitem alterações fáceis na data e horário do voo, pois esse são os casos mais comuns de fraude;
- Se certifique de que a conexão é segura e o site possui o prefixo “https://” antes de fornecer informações financeiras;
- Não forneça informações pessoais, como nome, cartão de crédito e contato, antes de garantir a segurança da transação.
No Turismo, agências e operadoras de viagem são fundamentais para evitar fraudes, proporcionando transparência nas transações e garantindo que o cliente saiba exatamente o que está adquirindo. Além disso, contam com equipes e operadores especializados que podem orientar e esclarecer dúvidas, proporcionando um atendimento personalizado e mais seguro.
“A informação é essencial para evitar esse tipo de golpe, não apenas partindo do governo, mas principalmente dos agentes e operadoras de viagens. Sempre que empresas idôneas fazem conscientização, acabam atingindo melhor o consumidor e gerando o alerta inicial sobre possíveis golpes”, revela Novais.
Voa Brasil
O programa governamental “Voa Brasil” também tem sido alvo de atividades fraudulentas. O projeto consiste em realizar a venda de passagens aéreas por até R$ 200 e mesmo que ainda não tenha entrado em vigor, está sendo utilizado para captar informações e solicitar pagamentos via pix. “Existe um golpe no qual a pessoa paga antecipadamente o valor de R$ 150 via pix e com isso garante sua inscrição no programa Voa Brasil”, revela Novais.
O que fazer em caso de fraude?
O crime em questão é classificado como estelionato e prevê pena de quatro a oito anos de prisão. Caso o consumidor perceba que caiu em um golpe, deve realizar o Boletim de Ocorrência, que pode ser feito online. Para tentar reaver o valor que foi perdido existem três possiblidades:
- Em caso de compra pelo cartão de crédito o consumidor deve procurar o banco imediatamente e relatar a situação;
- Se o pagamento foi realizado via pix, o consumidor deve entrar em contato com seu banco para que, em conjunto com o Banco Central, busquem estabelecer contato com o banco destinatário da transferência;
- O consumidor também poderá ingressar com ação judicial, que irá analisar junto ao Banco Central e aos bancos envolvidos a possibilidade de recuperação do valor.
Novais afirma que muitas pessoas deixam de prestar queixa e revela a importância desse ato, “Faça o Boletim de Ocorrência, forneça elementos para a polícia, assim ela irá gerar dados para evitar esses tipos de fraudes. Somente com essa tomada de ação que nós conseguimos mais informações para gerar uma inteligência de combate, assim teremos mais acessos aos locais e números específicos que envolvem os crimes”, finaliza Fernando Mota Novais.
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