Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 chegaram ao fim. Mas não a paixão e o interesse de muitos viajantes pelo esporte. Entenda-se, é claro, esporte como atividades físicas que trazem bem-estar físico e mental. Há todo um turismo especializado nesse segmento: clientes que viajam para esquiar, outros apaixonados por ciclismo, sem esquecer os maratonistas. Há também uma parcela de viajantes que se desloca para acompanhar torneios de tênis, futebol e lutas.

Recente estudo publicado pela WSGN mostra que o universo esportivo movimentará US$ 627 bilhões em 2027. Mais do que um modismo, é uma mudança comportamental fundamental que influencia e continuará influenciando a economia, exigindo novos produtos e serviços. Não apenas para esportistas e fãs, mas para todos que têm o mínimo de autocuidado.

Viajo com frequência e, para não deixar de fazer exercícios – por saúde e não por paixão – busco manter a rotina das academias dos hotéis. Quando estava na operação hoteleira, nos anos 2000, ter uma academia era um diferencial; hoje é commodity. E pode ser a diferença no momento da reserva.

Mas ter um espaço para a prática de exercícios não basta. É preciso pensar em todo o ecossistema para um público cada vez mais preocupado com a saúde. Wellness deixa de ser um nicho para se transformar em uma estratégia competitiva. E isso passa pelos serviços de A&B, a começar pelo café da manhã, passando por opções saudáveis no room service e menus de almoço e jantar.

Toda pessoa preocupada com a saúde sabe que hidratação é fundamental. Não oferecer água nos quartos é mesquinhez ou falta de entendimento do que é hospitalidade. Tudo pode ser incorporado à tarifa.

A reflexão vale para as companhias aéreas. Embora a maior parte delas tenha o compromisso de irritar passageiros através de planos criados por departamentos de anti-marketing. Afinal, como não oferecer snacks mais saudáveis? A “pasta or chicken” é um clichê de mau gosto. Sempre ouço reclamações do serviço por parte de quem busca refeições saudáveis. Guerra tarifária mostra falta de inteligência. Concorrência passa por paixão. Marcas precisam aprender com times esportivos.

Dizem que a moda é o reflexo no espelho do comportamento de uma época. No caso do turismo, o reflexo dos anseios dos clientes se dá no sucesso ou sufoco de vendas. Aparece também na paixão do público por uma empresa ou destino. Veja que paixão é diferente de preferência.

No seu caso, como está sua posição competitiva? Sua marca pode receber medalhas no pódio ou precisa receber oxigênio?