Nos últimos dias, dezenas de advogados e oficiais de Justiça foram à sede da Hurb, no edifício Península Corporate, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), para tentar executar penhoras de bens para ressarcir clientes lesados pela companhia. Só um oficial de justiça relata ter retirado 13 estações de trabalho, com 3 mesas cada uma — sendo que cada estação foi avaliada em R$ 2 mil.

A Hurb resolveu deixar o prédio em que no passado chegou a ocupar 6 andares, colocando todos os funcionários em trabalho remoto. A informação do esvaziamento do escritório circulou entre advogados com decisões de execução, que correram para a empresa para tentar conseguir algum bem de valor. Segundo relatos, até terça-feira (11) era intenso o movimento de carros na porta do prédio e pessoas retirando caixas.

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Imagem das redes sociais mostram advogados e oficiais de Justiça na sede esvaziada da Hurb. Foto: Reprodução

A soma das execuções fiscais contra a Hurb passa de R$ 100 milhões, mas as tentativas de penhora acabam frustradas por falta de dinheiro nas contas. No ano passado, uma força tarefa de oito juizados especiais do Rio identificou mais de 34 mil processos contra a empresa, sendo 12,7 em fase de execução ou extintos com expedição de certidão de débito.

Recentemente, a Hurb negou estar em processo de recuperação judicial ou falência e afirma que tem trabalhado para normalizar suas operações. Em meio às polêmicas, a traveltech firmou um acordo com a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para tentar superar crise por meio da negociação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que visa garantir soluções concretas para consumidores afetados.

Ainda neste mês, a empresa também foi questionada por suposto investimento de R$ 140 milhões, valor atribuído ao Ontario Teachers’ Pension Plan, que nega qualquer envolvimento. Vale dizer que não é a primeira vez que a traveltech aparece associada a aportes que nunca foram oficialmente confirmados, levantando ainda mais questões sobre a transparência da empresa.

A colunista Flávia Coradi também abordou o caso em artigo publicado no final do ano passado.