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Números, pra quê?

É comum escutarmos a expressão: povo de humanas é das miçangas. Por trás dessa piada – de mau gosto, por sinal -, há a falsa ideia de uma oposição entre números e letras, entre raciocínio matemático e linguístico. Nada mais falso.

Números e letras têm a mesma função. Expressam pensamentos e traduzem informações. Seguem também a mesma lógica e exigem estrutura complexa para funcionar.

Exemplo? “Comer mas mim comida” não diz nada. É preciso sequência de operações, assim como em um problema matemático, para se expressar com eficiência.

Conheci excelentes linguistas que, ao estudarem matemática, o faziam com gosto e facilidade. Assim como grandes físicos e matemáticos, apreciadores de literatura, com habilidades de escrita impressionantes. Sabiam que a lógica das operações matemáticas e linguísticas é a mesma.

Dito isso, meu objetivo é falar que ninguém vive sem números. Desde os primórdios da civilização, iletrados sabiam fazer algum tipo de conta. Mesmo sem saber escrever o próprio nome. Nas profissões de humanas, os números estão sempre presentes. Não apenas na administração, arquitetura, economia, direito – como o tributário -, mas também na psicologia, na geografia, na sociologia. 

Todo vendedor bem sucedido sabe calcular juros. Qualquer bom profissional, inclusive jornalista, precisa dominar estatística. E é aí que nos deparamos com mais um obstáculo no Turismo. O numérico. Não no sentido da gestão, afinal os revenue managers dominam estatísticas como ninguém. O nosso maior problema é ter números de mercado.

Precisei recentemente de informações sobre turismo religioso no Brasil. O Ministério do Turismo sequer respondeu. O Santuário Nacional de Aparecida se recusou a fornecer números. Apenas a Secretaria de Turismo de São Paulo disponibilizou dados. Mesmo a Associação Brasileira de Turismo Religioso não dispõe de informações básicas. 

Ora, como pode uma associação não ter informações do setor que representa? Quem me socorreu, com dados e análises lúcidas, foi um jornalista, o respeitado Amadeu Castanho. Observe a relevância valor da imprensa. Voltaremos ao assunto adiante.

São raras as entidades, como o FOHB, SPCVB e a CNC, com números detalhados e precisos sobre o mercado. Ora, não há hotéis, empresas de transportes, operadoras de Turismo e agências de viagens prósperos sem números. Não há como se fazer projeção de vendas e investimentos sem dados de mercado. Obviamente estatísticas internas ajudam na formulação de estratégias comerciais. Mas é preciso dados setoriais, as famosas cestas competitivas.

Há tempos ouço, por parte de colegas jornalistas, queixas justíssimas, sobre dados. A primeira reclamação trata da quantidade imensa de associações no Turismo. A maior parte sem razão de existir, já que não prestam nenhum serviço para o segmento. São caça-níqueis de desavisados e plataforma de visibilidade para quem está na liderança. Não trazem dados quantitativos ou qualitativos e, ainda sim, querem ser fontes de notícias.

A segunda queixa diz respeito à coletivas de imprensa sem números. Jornalista vive de novidades. Diferentemente dos  influenciadores digitais de viagens, os veículos do trade são lidos por todos os líderes do setor, e são fontes essenciais para análises e decisões estratégicas e táticas. Abundam encontros de imprensa, escasseiam boas razões para acontecer.

Que os atores do Turismo brasileiro, neste 2025, possam se reunir, em grande número, exigindo das associações e poder público, números.

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