A Latam decidiu não renovar o acordo de compartilhamento de voos com a Voepass (antiga Passaredo), que vence em agosto deste ano. Com isso, a companhia deixará de vender passagens da parceira, colocando em risco a já delicada situação financeira da Voepass, que enfrenta uma crise agravada após um acidente aéreo e um pedido de recuperação judicial.
A Voepass, sediada no interior de São Paulo, já passou por um processo de recuperação judicial entre 2012 e 2017. No período, a empresa chegou a ser adquirida pelo grupo Itapemirim, mas o negócio foi desfeito devido à crise da compradora. Desde 2019, a companhia expandiu sua atuação ao incorporar a Map Linhas Aéreas, operando 28 destinos. No entanto, a instabilidade financeira nunca deixou de ser um desafio.
Em fevereiro deste ano, após um acidente aéreo em Vinhedo (SP) que resultou na morte de 62 pessoas, a Voepass entrou com um pedido de proteção judicial para evitar a apreensão de suas aeronaves e suspender temporariamente a cobrança de credores. A decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo garantiu 60 dias de fôlego à empresa, que acumula uma dívida estimada em R$ 215 milhões.
O fim da parceria com a Latam pode ter um impacto significativo na receita da Voepass, uma vez que o acordo de codeshare representava uma importante fonte de vendas para a companhia. Sem esse suporte, a viabilidade das operações da Voepass se torna ainda mais incerta.
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