O Brasil pode ter seu primeiro trem de alta velocidade em operação a partir de 2032. O projeto, liderado pela TAV Brasil, prevê a ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro em um percurso de 417 quilômetros, com quatro estações e tempo de viagem de 1h45min. A obra, que demandará um investimento de R$ 60 bilhões, está na fase final dos estudos técnicos.
São Paulo terá estações em Guarulhos, Jacareí, São José dos Campos, Taubaté e Aparecida, com partida na Estação Água Branca.
No Rio, o trem-bala passará por Resende e Volta Redonda, com chegada na Estação Leopoldina.
O preço estimado para a viagem completa será de R$ 500. Para trechos intermediários, como São José dos Campos ou Volta Redonda, a passagem deve custar cerca de R$ 250. O trem poderá atingir até 320 km/h, reduzindo drasticamente o tempo de deslocamento entre as duas maiores cidades do país.
Investimento e impacto econômico
A TAV Brasil estima que o projeto pode adicionar até R$ 168 bilhões ao PIB nacional e gerar R$ 36 bilhões em arrecadação tributária até 2055. Além disso, há a previsão da criação de 130 mil empregos diretos e indiretos.
A empresa também pretende aproveitar áreas próximas às estações para desenvolver empreendimentos como hotéis, centros comerciais e polos empresariais. O plano inclui a compra de terrenos privados e a desapropriação de áreas estratégicas.
Avanço regulatório e parcerias internacionais
O trem-bala ganhou fôlego após a aprovação do Marco Legal das Ferrovias, em 2021, que viabilizou investimentos privados no setor. Em 2023, o governo concedeu à TAV Brasil o direito de construir e operar o trem por 99 anos.
Para financiar o projeto, a empresa mantém negociações com investidores da China, Espanha e de fundos árabes. O Japão, pioneiro no uso de trens de alta velocidade desde 1964, também é uma referência para a implementação da tecnologia no Brasil.
Próximos passos
O pedido formal de autorização já foi protocolado no Ministério dos Transportes, que analisa a solicitação. O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) deve ser concluído até 2026, permitindo o início das obras. Se o cronograma for cumprido, o trem-bala brasileiro pode começar a operar em 2032.
O projeto promete revolucionar a mobilidade no país, mas ainda enfrenta desafios como a concorrência com o transporte aéreo e a viabilidade financeira.
