A National Tour Association (NTA), a American Bus Association (ABA) e a Student & Youth Travel Association (SYTA) divulgaram um estudo que mostra uma queda nas viagens internacionais para os Estados Unidos (EUA). Vale lembrar que o país projeta receber 77,1 milhões de visitantes internacionais em 2025.
As três entidades pesquisaram seus membros nos EUA sobre o turismo receptivo, e 51% dos respondentes relataram que seus negócios ou destinos registraram queda nas atividades, nas reservas ou no número de visitantes. Um quarto dos entrevistados relatou nenhum impacto, e o restante afirmou estar incerto ou não atuar com turismo receptivo.
A pesquisa também revelou que 32% dos operadores de turismo e de ônibus turísticos dos EUA disseram ter sido impactados; 63% dos vendedores — incluindo organizações de marketing de destino (DMOs), atrações, hotéis e restaurantes — relataram impactos; e 61% dos DMOs e hoteleiros apontaram cancelamentos de diárias.
“Esta pesquisa reforça o que muitos de nós já estamos observando no setor de turismo em grupo: a incerteza econômica e a redução das visitas internacionais estão criando obstáculos reais para operadores, destinos e prestadores de serviço”, afirmou Fred Ferguson, CEO da ABA.
De acordo com os participantes, os maiores desafios enfrentados são, em primeiro lugar, a “incerteza econômica/risco de recessão/confiança do consumidor”. Em seguida, empatados, vêm “relações internacionais/disputas comerciais” e “redução na demanda por viagens em grupo”. Na sequência aparecem preocupações com “regulamentações governamentais e mudanças nas políticas”, “custos operacionais e de combustível” e, por fim, a “escassez de mão de obra”.
A pesquisa foi realizada de 25 de março a 9 de abril, e surge em meio a relatos de queda no turismo receptivo devido a tensões geopolíticas e políticas federais que afetam o setor, como tarifas e casos de turistas europeus sendo detidos nas fronteiras dos EUA — o que levou a alertas de viagem emitidos por Reino Unido, Canadá, Alemanha e Irlanda.
Diversas associações de turismo dos EUA e do Canadá formaram uma coalizão para manifestar preocupações com as políticas do presidente Trump, acusadas de “criar um ambiente de instabilidade” e de impactar negativamente as viagens entre os dois países. Companhias aéreas reduziram voos entre EUA e Canadá devido à queda na demanda, atribuída às ameaças tarifárias do governo Trump e aos comentários do presidente sobre anexar o Canadá como o 51º estado norte-americano.
A coalizão EUA-Canadá — que inclui NTA, ABA e SYTA — projeta que os gastos de turistas estrangeiros nos EUA devem cair 11% este ano, resultando em uma perda de receita de US$ 18 bilhões.
“Conversei com muitos operadores de turismo canadenses, e as perdas significativas que estão enfrentando devido ao cancelamento de viagens aos EUA por parte dos canadenses agora estão sendo refletidas no que nossos destinos e fornecedores americanos estão relatando”, declara Catherine Prather, presidente da NTA. “O prejuízo aos negócios já está ocorrendo e deve continuar”, pontua.
Os participantes da pesquisa afirmaram que gostariam de ver a NTA, ABA e SYTA intensificarem os esforços para receber visitantes internacionais nos EUA e seguirem defendendo políticas e mensagens favoráveis ao turismo junto às autoridades americanas.
“É essencial reforçar a importância do turismo — incluindo o turismo internacional — para a economia nacional”, afirma Carylann Assante, CEO da SYTA.