O Brasil se consolida como um dos principais destinos turísticos para viajantes globais em 2025, ao mesmo tempo em que reforça sua presença como mercado emissor no cenário internacional. É o que revela o novo relatório “Tendências de Viagem 2025”, do Mastercard Economics Institute (MEI), que aponta a força dos eventos esportivos, viagens corporativas e motivações afetivas como impulsionadores das movimentações turísticas no país e no exterior.
Entre os destinos mais procurados por viajantes internacionais entre junho e setembro de 2025, o Rio de Janeiro figura entre os 15 mais populares do mundo e lidera na América Latina. Outras cidades brasileiras que também se destacam no estudo são Recife (PE), Salvador (BA), Natal (RN) e Florianópolis (SC), evidenciando a diversidade de atrativos turísticos nacionais. A análise foi feita com base em dados transacionais globais, oferecendo uma visão precisa sobre tendências de comportamento.
Do lado das emissões, o Brasil registra crescimento expressivo em viagens internacionais. Nos últimos cinco anos, as viagens de brasileiros para El Salvador cresceram 288,6%, seguidas por Estados Unidos (221,3%) e Argentina (131,9%). Já os destinos europeus também se mantêm em alta, com destaque para Espanha (18,7%), França (17,1%) e Itália (12,4%). Fatores econômicos, como câmbio e oferta de voos, contribuíram para um aumento de 50% nas viagens para Japão, Hong Kong e EUA.
Grandes eventos esportivos também se consolidam como vetor de deslocamentos internacionais. O estudo da Mastercard destacou que a final da Conmebol Libertadores 2024, disputada entre Atlético Mineiro e Botafogo em Buenos Aires, gerou um crescimento de gastos de turistas brasileiros na cidade superior ao dobro da média de outras nacionalidades em eventos similares. A combinação de paixão esportiva e experiência de viagem segue sendo uma das forças do turismo de propósito.
As viagens corporativas, por sua vez, também mostram recuperação. O uso de cartões corporativos brasileiros no exterior representa hoje 69% dos gastos em viagens internacionais, uma leve queda em relação a 2023 (quando era 72%). Por outro lado, os gastos corporativos domésticos cresceram de 28% para 31% em 2024. A tendência do “bleisure” – viagens que mesclam compromissos profissionais com lazer – permanece forte entre os brasileiros após a pandemia.
O relatório ainda aponta que o viajante atual busca mais do que deslocamento: ele quer conexão, experiência e propósito. Isso reflete uma mudança comportamental importante para o trade turístico, que precisa se adaptar a perfis híbridos e a motivações múltiplas, que combinam negócios, afeto, esportes, cultura e qualidade de vida.
Para o setor de turismo receptivo no Brasil, o momento é promissor. O posicionamento do país no topo da lista de desejos de turistas latino-americanos e globais abre oportunidades para o fortalecimento de campanhas promocionais, especialmente no contexto de eventos internacionais, como a COP30 em Belém e a retomada de grandes festivais e congressos em centros urbanos.