As viagens corporativas movimentaram R$ 6,57 bilhões no primeiro semestre de 2025, valor praticamente igual ao registrado no mesmo período de 2024 (R$ 6,76 bilhões), com leve retração de 2,87%. Os dados são da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), que acompanha mensalmente 11 categorias do setor.
O segmento aéreo, que representa 58% do total faturado, registrou queda de 6,6%, totalizando R$ 3,78 bilhões frente aos R$ 4,05 bilhões de 2024. A redução é atribuída à alta no preço das passagens e ao comportamento do viajante, que passou a considerar outras alternativas.
“Temos que entender esse número de algumas formas. O primeiro é o impacto do preço da passagem aérea, que ficou 6% mais cara. O segundo é que esse período foi marcado por muitos feriados e uma pequena mudança no hábito do viajante”, explica Douglas Fernandes e Camargo, diretor executivo da Abracorp.
Ao contrário da aviação, setores como hotéis, rodoviário e cruzeiros registraram crescimento. O faturamento com hospedagens cresceu 1,46%, alcançando R$ 2,03 bilhões, com elevação de 7,2% na tarifa média (de R$ 360,72 para R$ 386,51). No transporte rodoviário, o avanço foi de 14,48%, com R$ 30,6 milhões faturados. Já os cruzeiros somaram R$ 1,48 bilhão, 29,1% acima dos R$ 1,14 bilhão apurados em igual período do ano passado.
Outros segmentos que também apresentaram desempenho positivo foram os serviços de seguro viagem (+13,3%), transfer (+12%), e os chamados “demais serviços”, como receptivo e eventos, que cresceram 16,3%.
Por outro lado, itens como pacotes de lazer (-17,8%), ferroviário (-21,5%) e locação de veículos (-2,7%) fecharam o semestre em queda. Mesmo com recuo na demanda, o setor de locação viu sua tarifa média subir 9,3%, passando de R$ 147,70 para R$ 161,50.
Um dado positivo é a gestão de compras aéreas: 50% das viagens nacionais foram reservadas com 16 dias de antecedência ou mais, enquanto apenas 6% foram feitas na véspera.
A Abracorp projeta um segundo semestre mais aquecido, com expectativa de faturamento de R$ 9 bilhões entre julho e dezembro – o que, se confirmado, elevará o resultado anual para níveis recordes.