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Leandro Pimenta
Leandro Pimenta
CEO da tg.mob, formado em Comunicação Social e com MBA em Gestão de Negócios e pós-graduando em ESG na FIA Business School.

A formação de motoristas no turismo sustentável

Com a chegada de julho, o setor de mobilidade e Turismo se prepara para celebrar o Dia do Motorista, no dia 25, uma data que vai muito além de uma simples homenagem. É um momento oportuno para refletir sobre como a formação e a valorização desses profissionais impactam diretamente a experiência do cliente e o compromisso do setor com a sustentabilidade.

Quando falamos em turismo sustentável, muitos pensam imediatamente na redução de emissões de CO2, compensação de carbono e otimização da frota. Tudo isso é essencial, mas não podemos esquecer que quem conduz nossos passageiros também carrega a responsabilidade de representar os valores das empresas. E aqui entra um ponto fundamental: a formação contínua e o cuidado com quem está no volante.

Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o Brasil conta com mais de 2 milhões de motoristas profissionais. Mais da metade deles, 53%, apontaram a falta de cursos ou treinamentos específicos para o transporte rodoviário de passageiros como um obstáculo importante. Esse cenário revela uma cultura ainda muito imediatista no setor. Muitas empresas, principalmente em São Paulo, evitam tirar motoristas da rua por receio de perder faturamento, já que teriam de terceirizar os serviços. Essa mentalidade apenas reforça ciclos de exaustão e despreparo, que comprometem o atendimento e colocam em risco a segurança.

Treinar motoristas não é apenas ensinar boas práticas de direção defensiva ou técnicas de atendimento. É também promover consciência sobre inclusão, diversidade e respeito ao próximo. Empresas que realmente desejam transformar a mobilidade e o turismo precisam olhar com mais atenção para quem contratam. Oferecer oportunidades para profissionais acima de 50 anos, mulheres motoristas e pessoas de diferentes perfis é uma forma concreta de gerar impacto social. No Brasil, apenas 4% dos motoristas profissionais são mulheres e mais de 70% têm mais de 40 anos, mas continuam invisibilizados no discurso sobre inovação. A experiência, a escuta ativa e a empatia, qualidades muitas vezes desenvolvidas com o tempo, fazem diferença no atendimento ao passageiro e na reputação da empresa.

Neste Dia do Motorista, convido todo o mercado a repensar suas práticas e assumir a responsabilidade de transformar cada viagem em uma oportunidade de gerar conexão, respeito e impacto positivo. Porque turismo de verdade é feito por pessoas que movem sonhos e histórias todos os dias.

 

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