O Turismo tem sido atravessado por tragédias que expõem, sem filtro, uma verdade que repito há anos: quem não está preparado, está vulnerável. Digo isso com a experiência de mais de duas décadas ao lado dos agentes de viagens na prática, no perrengue, na linha de frente.
Quando um passageiro sofre um acidente, passa mal durante um passeio, tem o voo cancelado por conta de um desastre natural ou se envolve em uma emergência internacional, quem é cobrado é o agente de viagens. Mas e se ele não estiver preparado?
Por isso insisto: a capacitação jurídica, operacional e estratégica não é luxo, e sim questão de sobrevivência profissional.
Não basta vender. É preciso orientar, prevenir e mediar. Vejo ainda muitos agentes operando sem contrato, sem cláusulas de proteção, vendendo sem seguro e pior respondendo em grupos e redes sociais sem respaldo técnico. Isso é suicídio comercial.
Agente forte é aquele que sabe seus limites. Sabe o que pode ou não prometer, como documentar, acionar o seguro, lidar com crises com postura e clareza. E, principalmente, sabe que informação e responsabilidade são parte do serviço prestado.
Tragédia nunca será marketing, mas pode e deve ser aprendizado. Quando a situação aperta, é o agente capacitado que vira referência. Ele não se omite, não se compromete sem amparo. Ele orienta o passageiro, preserva a operação e protege sua reputação.
Se você ainda atua no improviso, é hora de repensar. Quem quer ser levado a sério nesse mercado precisa abandonar o amadorismo. Tem que entender a responsabilidade solidária, dever de informação, cláusulas de segurança, riscos legais. E exigir o mesmo compromisso dos fornecedores com quem trabalha.
Enquanto eu estiver à frente da Protur, vou defender com firmeza a profissionalização do agente de viagens, porque respeito, resultado e reputação não se constroem na sorte mas com preparo, ética e estratégia.