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Ricardo Shimosakai
Ricardo Shimosakai
Especialista em acessibilidade, inclusão e turismo, criador da Turismo Adaptado.

Museus acessíveis e inclusivos

A acessibilidade em museus é uma pauta fundamental para garantir o direito à cultura a todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência. Diversas instituições culturais ao redor do mundo e no Brasil têm adotado iniciativas concretas para tornar seus espaços mais inclusivos. É um processo educativo, que precisa atingir desde o artista, curadores, locais de exposição e a imprensa. A arte é livre, o artista não precisa criar sua obra pensando que ela seja acessível para um cego, por exemplo. Os recursos de acessibilidade, conhecidos como tecnologias assistivas, devem ser criados depois que a obra já estiver pronta.

A Pinacoteca de São Paulo, por exemplo, desenvolveu o Programa Educativo para Públicos Especiais (PEPE), que promove ações voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência, por meio de visitas mediadas com recursos como audiodescrição, Libras e materiais táteis, além de capacitação de educadores. 

Outro exemplo é o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), que conta com um funcionário surdo atuando como guia cultural, promovendo a representatividade e oferecendo mediação em Libras, o que proporciona um acolhimento mais genuíno ao público surdo. 

Já o Museu do Ipiranga, reaberto após ampla reforma, enfrentou o desafio de adaptar um edifício tombado para torná-lo acessível. As soluções incluíram a instalação de elevadores, sinalização tátil e recursos de tecnologia assistiva, demonstrando que é possível conciliar preservação do patrimônio histórico com acessibilidade.

No exterior, o Museu do Louvre, em Paris, disponibiliza um mapa da acessibilidade com informações detalhadas sobre percursos, entradas adaptadas e recursos disponíveis, como cadeiras de rodas e visitas em Língua de Sinais Francesa. A Alemanha, por meio do site oficial do turismo Germany Travel, oferece informações claras sobre a acessibilidade em seus museus, permitindo que turistas com deficiência possam planejar suas visitas com autonomia. 

Nos Estados Unidos, a Smithsonian Institution se destaca por seus programas inclusivos. O National Museum of American History, por exemplo, oferece visitas sensoriais para pessoas com autismo, com materiais em braille, intérpretes de Libras americana (ASL), e o programa “Morning at the Museum”, que realiza visitas em horários adaptados, com menos ruído e iluminação reduzida, pensando especialmente em crianças com necessidades sensoriais.

Esses exemplos mostram que a acessibilidade em museus vai muito além de rampas e elevadores: trata-se de um compromisso com a diversidade e a participação plena de todos na experiência cultural. Um dos objetivos dos museus é ter um grande número de visitantes, então as pessoas com deficiência não devem ser ignoradas, pois elas representam uma porcentagem considerável, de aproximadamente 14,4 milhões no Brasil e 1,3 bilhão no mundo. Além disso, elas geralmente visitam os locais acompanhadas, em média, de pelo menos duas pessoas. 

A acessibilidade também se faz necessária para pessoas com mobilidade reduzida, que são os idosos, grávidas, pessoas com criança de colo, obesos ou com alguma questão temporária, como um pé engessado ou a necessidade de usar uma cadeira de rodas.

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