A Abav Expo 2025, principal feira de turismo da América Latina, promete marcar uma virada de página na história do setor brasileiro ao consolidar o Afroturismo como um eixo estratégico de desenvolvimento, negócios e inclusão. Em sua próxima edição, o evento colocará o segmento no centro das discussões, reconhecendo o protagonismo dos viajantes negros, a importância da representatividade na cadeia produtiva e o valor das experiências culturais ligadas à diáspora africana.
A iniciativa reforça um movimento iniciado ainda em 2014, que buscava sensibilizar o mercado sobre o potencial do Afroturismo, mas que agora atinge novo patamar: o de gerador efetivo de negócios. O tema será transversal em painéis, rodadas e debates realizados durante os três dias da feira — entre 8 e 10 de outubro, no Riocentro, no Rio de Janeiro.
Segmento estratégico ganha vitrine global
Após movimentar R$ 54 milhões na economia fluminense na edição de 2023, a Abav Expo retorna ao Rio consolidada como o maior encontro do turismo na América Latina. A feira, promovida pela Abav Nacional em parceria com o Sistema Fecomércio RJ, reunirá 42 mil visitantes, 2 mil marcas expositoras e 437 estandes espalhados por 40 mil m². Além disso, 500 agentes de viagens convidados já confirmaram presença, ampliando o alcance comercial e institucional do evento.
O ponto alto da programação do Afroturismo acontece no dia 8 de outubro, com a Rodada de Negócios e Conexão Internacional, que posicionará empreendedores brasileiros em diálogo direto com compradores estrangeiros. Quinze negócios já inseridos no mercado global apresentarão seus projetos, abrindo caminho para novas parcerias. O painel contará com a presença de Lawrence Phillips, CEO da Green Book Global, referência mundial na promoção do turismo voltado à população negra.
Guia inédito e painéis sobre igualdade racial
Outro momento de destaque ocorre em 9 de outubro, com o lançamento do Guia Prático de Igualdade Racial no Turismo, desenvolvido por consultores contratados pelo Banco CAF, em parceria com a Embratur. A publicação, apresentada no ABAV Talks (Arena Pontal), às 18h, tem como objetivo oferecer um instrumento de referência para destinos, empresas e profissionais do setor que desejam implementar práticas de representatividade e equidade na gestão.
Já no dia 10, o tema retorna em um painel institucional com os resultados da Cooperação CAF–Embratur, que trará a Estratégia Regional de Turismo, apresentada por Oscar Rueda (CAF). O encontro será seguido pelo debate “Afroturismo em Expansão: Desafios e Oportunidades para o Futuro”, reunindo especialistas e gestores públicos do setor.
Inclusão e representatividade como motores de crescimento
Para Ana Carolina Medeiros, presidente da Abav Nacional, o Afroturismo ganha, nesta edição, uma dimensão inédita. “O Afroturismo ganha ainda mais força nesta edição da Abav Expo, com foco ampliado em negócios e experiências que reforçam seu papel como um vetor de crescimento do setor. O Afroturismo movimenta a economia, fortalece o empreendedorismo e oferece vivências autênticas que projetam o Brasil como um destino diverso, competitivo e de relevância global”, afirmou.
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo, compartilha da mesma visão e destaca a importância da institucionalização do tema.
“É muito importante e nos deixa felizes ver que o Afroturismo terá esse merecido e necessário espaço na Abav Expo, com oportunidades efetivas de discutir esse tema, gerar negócios e estabelecer conexões internacionais. No início da gestão criamos uma coordenação dentro da Embratur com um olhar especialmente voltado para esse segmento, que está entre as prioridades da nossa estratégia de promoção. O Afroturismo é um vetor para valorizar a diversidade cultural do Brasil, impulsionar o empreendedorismo da população preta e projetar a imagem do Brasil como destino plural, autêntico e inclusivo.”
Com agenda confirmada até 2031 no Rio de Janeiro, a Abav Expo segue reafirmando sua relevância como plataforma de negócios, inclusão e transformação. O fortalecimento do Afroturismo simboliza não apenas um avanço econômico, mas também um marco social na construção de um turismo mais representativo e justo, em que diversidade e desenvolvimento caminham lado a lado.
